novohamburgo.org – Quer dizer que tua grande vocação é seguir o legado que ele te deixou?
Lucas Redecker – O meu objetivo é fazer o que eu sei fazer, o que eu gosto de fazer, o que eu aprendi a fazer: a política. Eu, de dois em dois anos, pelo menos, é certo que eu faço política. Eu participo da campanha. E não me desvinculo da política quando acaba a campanha. Eu quero traçar o rumo em que eu me sinta satisfeito. O rumo que eu ache que eu possa contribuir, da melhor forma possível, para a sociedade a qual eu me candidatar.
Eu preciso sentar, amadurecer a idéia, passar um pouco e decidir a qual cargo eu vou disputar e concorrer, e tentar a eleição. Porque ninguém está eleito até que as urnas se abram e se fechem com os resultados apurados. Mas uma coisa que se lê nos jornais por aí não é verdade: de que com certeza eu vá ser candidato a vereador. O projeto está estagnado.
novohamburgo.org – Mas estagnado não significa cancelado, não é?
Lucas Redecker – Não, estagnado. Mas hoje, com certeza, são remotíssimas as chances de eu vir a concorrer no próximo ano. A minha vida deu uma guinada para outro lado. Eu preciso cuidar da nossa vida familiar. Eu tenho minha mãe, minhas duas irmãs, minha família inteira. Nós temos de superar, não esquecendo, eu digo aprendendo a conviver com a dor. E a família está em primeiro plano.
O pai sempre preservou a família. Tenho que reestruturar uma vida financeira e dar continuidade em terminar a minha faculdade, que isso é prioridade para mim também, onde faltam dois anos para me formar veterinário. Eu preciso dar seqüência em um número de cadeiras para que eu possa me formar. E isso prejudica um projeto político imediato, mas não futuro.
Quem sabe em 2010? Talvez tentar concorrer a deputado federal, no lugar do pai.
Então, penso em estruturar minha vida política a um passo a mais. Um passo a frente, não no momento. Quem sabe em 2010? Talvez tentar concorrer a deputado federal, no lugar do pai.
novohamburgo.org – Mas o partido vai te deixar não concorrer no ano que vem?
Lucas Redecker – Eu preciso pensar no partido, mas eu preciso muito pensar na minha família.
novohamburgo.org – O deputado Júlio Redecker tinha uma equipe de trabalho reconhecida pela competência e organização. Tu pensas em manter essa equipe, essa estrutura?
O pai sempre foi um gladiador, ele sempre lutou até o fim por aquilo que ele acreditava. Até a morte.
Lucas Redecker – A estrutura do pai, a equipe e os amigos eu quero manter. Igual eu não consigo. Mas eu quero manter unida na amizade e unida em torno de um projeto comum. Evidentemente, eu não tenho condições de oferecer a estrutura que o meu pai dava para eles. A estrutura que um deputado tem. Mas a amizade sim. E, quando concorrer, pretendo contar com elas. Mas todas as pessoas estão livres para procurar o seu espaço.
Existe um patrimônio grande. O pai fez 157 mil votos. Mas não necessariamente esse patrimônio é meu. Gostaria de poder seguir o trabalho dele, defendendo o setor calçadista, o empresariado, os postos de trabalho, as prefeituras. E o pai sempre foi um batalhador.
Depois que tudo aconteceu, a minha irmã me chamou para ver os scraps do Orkut dela. E o pessoal colocava assim: “gladiador”. E realmente, o pai sempre foi um gladiador, ele sempre lutou até o fim por aquilo que ele acreditava. Até a morte. E essa é uma característica minha e do pai. Pode não ser minha por natureza, mas por herança. Eu aprendi a ser assim. Essa é uma verdade.