novohamburgo.org – Tu consideras que estes cerca de 14 mil votos da primeira eleição foram votos da tua candidatura ou do nome Redecker?
Lucas Redecker – Eu costumava dizer na campanha que o meu sobrenome Redecker era a minha carta de apresentação. Vocês sabem quem eu sou, de onde eu vim, e estas são as minhas propostas. Na primeira pesquisa, eu apareci com 1% de intenção de voto e 15% de rejeição. A primeira coisa a trabalhar é perder a rejeição. Quem tem 15% de rejeição, disputa 85% dos votos. Eu queria disputar 100% dos votos.
As pessoas tinham que me conhecer. As pessoas tinham que me escutar. As pessoas tinham que ver que eu não era uma criança. Ver que Lucas Redecker, mais do que um sobrenome, tinha propostas. Minha campanha se baseou nisso. Eu não deixei de ir em nenhum debate, participei de todos. Não fugi de nenhuma pergunta ao longo de toda a campanha. Em qualquer canto que eu fui, o que me perguntavam, eu respondia.
Me preparei. Estudei a situação do município por horas e dias. Nas primeiras duas semanas de campanha eu passava a manhã lendo e estudando. Eu conheço as informações da cidade, os dados do município. De 1% nas pesquisas, eu terminei com 10% de votos. De 15% de rejeição, eu fui para as urnas com 3%. Eu avalio que cresci 21 pontos percentuais ao longo da campanha. Para mim, foi uma grande conquista.
As pessoas podem não ter votado em mim, mas não rejeitariam o candidato Lucas Redecker.
As pessoas podem não ter votado em mim, mas não rejeitariam o candidato Lucas Redecker. Pessoas votaram sim pelos méritos do meu pai, pela história do meu pai, mas eu não concorri sozinho. Muitas pessoas fizeram essa campanha, levamos e discutimos um grande projeto para a cidade. Os méritos são de uma estrutura partidária, pequena no município até então.
novohamburgo.org – Esse caráter que tu ressaltas do Redecker, que foi tão importante nas eleições, nessas duas em especial, de que forma podem pesar na tua caminhada política?
Lucas Redecker – Isso é um exemplo vivo que eu tenho. Isso serve primeiro para demonstrar que na política há pessoas boas. A política não é o que muitas pessoas pensam no nosso país. Nós que estamos na política temos que estar ao lado de pessoas boas que pensam e que agem de uma maneira reta.
Muitas vezes, temos de conviver com pessoas desagradáveis na política, assim como em qualquer profissão, como em qualquer situação das nossas vidas. É evidente. É natural. Às vezes, dentro da nossa família, tem pessoas que temos menos afinidade. Dentro do trabalho, existem pessoas que não gostamos, por sua conduta.
Quando tu namoras ou casas, tu queres fidelidade. Na família, tu queres fidelidade. E na política não é diferente.
Porém, tu tens a opção de escolher com quem tu vais te relacionar. A ética, caráter e transparência são os meus propósitos para a minha vida política. Política não se faz sozinho, se faz com um grupo. Para crescer em grupo, é preciso de pessoas que pensem da mesma maneira, que tenham os mesmos princípios.
E mais: a política se faz com fidelidade. Quando tu namoras ou casas, tu queres fidelidade. Na família, tu queres fidelidade. E na política não é diferente. Entre parcerias é preciso fidelidade. Até entre adversários é preciso fidelidade. Dentro de um partido, você sai de uma disputa política. Existem partidos mais fiéis do que outros. Se um candidato ganhou, todos apóiam aquele candidato.