novohamburgo.org – O PSDB hoje, na Câmara Municipal, é oposição ou situação?
Bassani – Eu e o Peteffi (Gerson Pettefi, vereador do PSDB), por exemplo, muitas vezes não votamos da mesma forma. A gente cria rótulos para tudo: se vota junto é governo, se vota contra é oposição! A gente busca entender o espírito de cada coisa, de cada momento.
Eu sempre atuei de forma muito independente na Câmara. É só você olhar minha postura nos projetos. Alguns projetos com algum crivo dito inconstitucional. Eu brigo com a área jurídica da Câmara: não é inconstitucional! De onde é que tu estás tirando isso? E justifique isso. A gente discorda do Executivo em vários temas. Vários projetos que eu fiz, o prefeito argumentou de forma diferente e nós derrubamos o veto, votamos contra.
Em alguns momentos tivemos a defesa dos projetos do executivo. Projetos importantíssimos! Tinha prazos, e perderíamos verba. Porque a gente levou todo um tempo para também ser adimplente no sistema de busca de recursos.
novohamburgo.org – O senhor acredita que essa independência da Câmara tenha prazo de validade, por causa das eleições? Funcionaria da mesma forma ou a Câmara poderia barrar alguns projetos do Executivo?
Bassani – Toda a minha postura tem se pautado pela minha convicção. Nas reuniões do partido, eu tenho dito: me mandem sugestões, posicionamento de vocês. A Câmara está aí para isso. Essa relação do vereador com o seu partido também tem de ser mais estreitada.
novohamburgo.org – Dentro do Legislativo como um todo, vemos posturas que variam e se adequam às situações, mostrando uma ampla deformidade da política. O que está faltando para que as pessoas tenham uma posição, no mínimo, correta?
Bassani – Primeiro é a formação, o caráter de cada um. Me deixe falar de um pequeno detalhe do Senado. Pegue como exemplo o Aloísio Mercadante: “Se fosse votação aberta o Renan não seria cassado”. Não sei a postura do Mercadante. Procurou justificar para a grande imprensa que ele não tinha elementos suficientes para condenar. Faça-me o favor! Com o voto aberto. Não sei se votou ou não, não sei. Diz ele. E depois usa essa postura para justificar esse voto.
O que significa isso? Que mesmo com o voto aberto esses políticos poderiam muito bem usar argumentos fúteis, como ele usou. Não vamos nessa de que o voto aberto, com esses que lá estão, seria diferente. Para mim, é caráter. Não se compra, não está na esquina, em um bar, na faculdade. Ou tu forma ele, ou não adianta.