novohamburgo.org – Como fica a dispensa de licitação que a Câmara Municipal fez para reforma do seu prédio, no valor aproximado de 120 mil reais?
Bassani – Na época em que eu fui presidente da Casa, a única mexida que se fez foi por decisão unânime de todos os vereadores, já que havíamos passado de 21 para 14 vereadores. Foi feito um projeto e discutido com todos os vereadores. Mas uma coisa simples e amplamente discutida. Dessa vez, eu fui pego de surpresa. Fiquei sabendo pela imprensa.
Eu acho que cabe ali à própria Comissão de Obras da Câmara. Até colocaram ali que a situação era muito grave. Olha, eu sou engenheiro e não vi nada de tão grave. Eu não tenho os elementos aqui. Pelo pouco que eu vi, eu não vi essa urgência toda. Mas eu não tenho dados. Eu estou esperando até agora informações de outro episódio que eu vi, chamei o presidente e o vice, quando estavam utilizando o gabinete da diretora da Câmara para fazer postagem de correspondência particular de um vereador.
novohamburgo.org – E isso fica assim mesmo?
Bassani – Não, nós vamos cobrar e, se não tiver resposta, vamos pedir providências.
novohamburgo.org – O Executivo tem sido satisfatório no retorno de pedidos de providência e informações?
Bassani – Informações ele nos entregam no prazo. Quando não conseguem no prazo, nos pedem período maior. Ocorreram alguns cuja resposta era insatisfatória e eu refiz o pedido. Pedido de providência varia muito, e pedido de providência eu não faço tanto assim. Normalmente é asfalto de rua, asfalto de rua, asfalto de rua. Aí parece que a atividade parlamentar é ficar pedindo esse tipo de coisa. É uma ferramenta. Mas não dá para avaliar o parlamentar por ele ter pedido para trocar uma lâmpada ou para asfaltar uma rua.
novohamburgo.org – Em via de regra, existe, então, um tratamento solidário e respeitoso entre os dois poderes?
Bassani – Eu não diria solidário. Há um respeito à nossa função.
novohamburgo.org – Tem como comparar o período como vice-prefeito e como prefeito interino ao período de legislador?
Bassani – Tivemos alguns problemas pela relação com o ex-prefeito. De eu não estar tão por dentro da administração. A interinidade foi algo diferenciado. Foram menos de três meses em que tínhamos o desafio de colocar muitas coisas em ordem. Uma série de problemas, na área de saúde: não tínhamos ambulância.
novohamburgo.org – E essa experiência te leva a crer que o Executivo pode mais, se houver um trabalho mais contundente, ordenado e orientado?
Bassani – Vale tanto para o Executivo quanto para qualquer empresa privada! É o que chamamos de otimização dos recursos. A busca da qualidade, da excelência. Eu gosto muito do tema qualidade total, e foi feito um simpósio no Teatro Carlos Magno, onde foram mostradas coisas singelas dentro da administração. Desde cada setor de trabalho, na organização de documentos.
A qualidade total vem e começa a organizar o espaço de trabalho. Então, mostramos fotos do antes e depois. A relação com a comunicação, atender o telefone, se identificar, se conhecerem. A qualificação das pessoas. Otimizar recursos humanos, qualificá-los. Isso tudo traz resultados. E tem que constantemente trabalhar.
novohamburgo.org – A cruzada que o Jorge Gerdau faz, a implantação em Minas Gerais, em São Paulo, parece que a governadora Yeda quer adotar no Rio Grande do Sul…
Bassani – Coisa que o Rigotto não quis abraçar! Uma pena. Tanto Minas quanto o Rio Grande, na mesma época, o Aécio e o Rigotto, estavam no mesmo patamar de dificuldade. O Aécio começou a fazer a tarefa. Ela é complicada? É! Nos primeiro anos foram enfrentadas muitas dificuldades, como a Yeda.
Agora, o Judiciário, também. Não tem recurso! O governo não tem como fabricar dinheiro. 50% do mandato vamos dar um crédito para esse governo. O Executivo está reduzindo despesas, está economizando e está indo na direção daquilo que pede para os demais: Judiciário, Ministério Público.
A gente vê na Assembléia o desperdício que há. Se ela não tivesse tão maus controles, talvez não estivesse tão quieta nesse momento, de redução de verbas. O trabalho é do Executivo, mas quem mais faz parte do processo da administração pública? Todos! Só que quando pede esforço de um todo… é como o governo federal, pede esforço, mas a máquina… inchando de forma louca!
novohamburgo.org – O problema, nesse caso, é corporativismo?
Bassani – O que posso dizer, pela própria experiência que a gente tem: o serviço público federal, melhorou a eficiência? Os serviços estão melhores? Se bota tanta gente a trabalhar. Tem um retorno?