Entrevista realizada no dia 19/12/2006, por e-mail.
Segurança garantida na Feevale
Quando o estudante chega para a aula no Centro Universitário Feevale, pouco sabe sobre uma equipe especial que trabalha diariamente, inclusive na época de férias escolares, para garantir a sua segurança e dos demais visitantes da instituição.
Quem entende bem deste assunto é Cézar Alexsandro Borges da Cruz. Ele é supervisor de Segurança do Centro Universitário Feevale, em Novo Hamburgo e também é acadêmico do curso de Gestão em Segurança Pública e Privada.
Nesta entrevista, ele fala das ações preventivas, da atuação em cooperação e da importância deste trabalho aliado aos serviços públicos de segurança.
Quais as principais dificuldades ao elaborar um plano de segurança para ambientes escolares?
Nos dias atuais, é natural a preocupação dos pais com a segurança dos seus filhos, também durante o período das aulas. Ao mesmo tempo em que o custo da mensalidade pode aumentar, o retorno no aspecto segurança propicia maior tranqüilidade a toda família. É necessário um trabalho conjunto com a direção da escola e associação de pais, deixando bem claro do que se trata o plano de segurança e o que irá trazer de benefícios.
Em que consiste este trabalho?
Informar a proposta, aprová-la e, posteriormente, iniciar os contatos com empresas prestadoras de serviços de segurança, como monitoramento de alarmes, controle de acesso e sistema de CFTV, bem como treinar e capacitar toda a equipe de seguranças da Instituição.
Esta é a parte mais complicada do trabalho?
Estes são pontos cruciais na elaboração de um plano de segurança para ambientes escolares, porém o gestor de segurança terá uma missão árdua e contínua para que seus projetos sejam atendidos, haja vista o alto custo para aquisição e manutenção de toda a estrutura necessária para um sistema de segurança eficaz.
Que tipo de equipamento ou serviço de segurança não pode faltar? Por quê?
Na verdade, a segurança de um ambiente, seja ele escolar ou não, pode contar com os mais diversos equipamentos e sistemas de segurança, mas isso vai depender do orçamento disponível e, o mais importante, um prévio estudo de risco que consiga avaliar as necessidades do local. Sobretudo, a busca por alternativas ágeis e de fácil manipulação.
Em que parte entra a importância da preparação para este trabalho?
O fundamental é a formação de uma equipe de segurança que tenha um perfil adequado para o ambiente escolar. Para isso, é necessário que sejam elaboradas capacitações (cursos) que trabalhem a questão do atendimento do público estudantil, principalmente se tiverem idades entre 4 e 17 anos. Tornar a equipe habilitada para o atendimento de alunos que tenham necessidades especiais, situações de emergências médicas e de prevenção a incêndios, controle das pessoas que entram na escola para prestar serviços ou buscando informações e criar uma cultura de segurança preventiva.
Então, a cooperação é fundamental?
Não pode faltar a presença de pessoas engajadas em realizar um excelente serviço de segurança, comprometidas com a instituição da qual fazem parte. Esse é um fator diferencial porque é percebido e valorado pelos pais e direção da escola.
O que sua experiência mostra sobre a segurança em ambientes escolares?
Nestes três anos atuando na segurança em Instituição de ensino (superior e escola de educação básica), foi possível perceber que o trabalho do dia a dia precisa estar sempre conectado nas atividades curriculares e extracurriculares, pois a alternância de atividades é grande, principalmente nos períodos de recesso e volta às aulas. O trabalho precisa ser avaliado e readequado para o próximo semestre (período), ou para o novo ano.
Quais atividades exigem mais da equipe?
É preciso ficar atento para aquelas atividades normais (vestibular, feiras científicas, gincanas, jogos e demais festividades), pois cada uma delas exige a formulação de um plano de segurança específico, com a capacidade de seguranças aumentada para atender a demanda de serviços que também pode aumentar. Tudo isso está baseado no conceito da segurança preventiva que busca evitar situações de risco ao patrimônio e, principalmente à vida.
E qual a relação com órgãos públicos de segurança?
O contato com a segurança pública (Polícia Militar e Guarda Municipal) deve ser constante, pois irá possibilitar o apoio externo imprescindível para evitar assaltos ou acidentes nas imediações da escola. O que colocaria em risco estudantes da Instituição.
Qual a sua receita de segurança?
A segurança precisa ser analisada de maneira específica a cada local, pois não existe uma receita única e, sim, uma noção básica ao que o gestor de segurança deve estar atento, no que diz respeito à segurança em ambientes escolares.