Carlos Melotto: revitalizando o cadastro do hospital no SUS
Carlos Alberto Melotto quer a autorização da secretaria estadual de Saúde, para o funcionamento imediato de mais 20 leitos hospitalares
Por Eloi de Vargas – [email protected]
novohamburgo.org – Como foi a trajetória de Carlos Alberto Melotto antes de chegar a Novo Hamburgo e assumir a gestão do Hospital Municipal?
Carlos Melotto – Sou natural de Vacaria, tenho 32 anos e cheguei a Porto Alegre em 1995, para fazer o curso superior em administração de sistema de serviços de saúde, pela Universidade Estadual, e conclui esta meta. Enquanto estudava passei pela experiência de atuar na secretaria municipal de saúde, na gerência de regulação de serviços de Porto Alegre e estive por um período no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, que me deu experiência sobre os procedimentos necessários para fazer o cadastramento de leitos hospitalares no Sistema Único de Saúde do Estado e finalmente, fui administrar o Hospital de Clínicas entre 2005 e 2006, e depois atuei junto ao Hospital Beneficência Portuguesa de 2007 a 2009, na capital dos gaúchos, até alguns dias antes de ser transferido para Novo Hamburgo, e começar a atuar junto ao Hospital Municipal.
São 130 leitos e uma demanda que normalmente não baixa de 150 atendimentos diários
novohamburgo.org – E como o senhor encontrou o Cadastro Nacional da Hospital Municipal de Novo Hamburgo?
Carlos Melotto – Ele estava abandonado, apesar de se constituir como um instrumento básico para que o Hospital receba recursos do SUS. Aqui no Hospital a gente tem um problema grave, pois temos 130 leitos, sendo que 30 são para a UTI, porém, o número de atendimento normalmente não é inferior a 150 pacientes por dia, forçando a recepção de pacientes em acomodações que não são as mais adequadas e deixando margens para que a comunidade reclame da superlotação. Mas esta situação, em conjunto com o diretor técnico do hospital, Marcos Antonio de Oliveira Lobato – ele que vinha acumulando funções e respondia interinamente pela direção geral, desde o dia 16 de janeiro, quando ocorreu a saída de Solimar dos Santos Amaro e com o diretor administrativo e financeiro, Jorge Moras e com o coordenador de Planejamentos e Projetos do Hospital, Maicon Cristiano da Cunha, estamos enfrentando juntos tal situação.
novohamburgo.org – E como se faz esta matemática de ter espaço para 130 pacientes e atender 150 pessoas da cidade e da região?
Carlos Melotto – Este é um grande gargalo encontrado na gestão do Hospital Municipal e nosso primeiro passo foi encaminhar a secretaria estadual de Saúde, uma solicitação para que libere um número maior de leitos e desta forma seja evitado uma série de procedimentos administrativos que acabam ocupando o tempo deles e da administração local, sem falar na demora que acaba ocorrendo mensalmente, para o repasse de parte dos recursos, considerando que o serviço foi prestado, e todo tempo é necessário provar que a atividade foi feita – mesmo que em leitos improvisados, mas que exigiram da instituição a destinação de medicamentos e a destinação de um médico para fazer o atendimento.
novohamburgo.org – O ideal é limitar em 130 ou elevar para 150 leitos hospitalares?
Carlos Melotto – O ideal é que a secretaria estadual de Saúde libere o cadastramento de 150 leitos, considerando que não é possível cortar atendimentos e para atender a demanda este número ainda ficará bem aquém das necessidades local, basta pensar que foi iniciado a obra de construção de um novo espaço junto ao Hospital, que servirá para instalar mais 60 leitos.