Entrevista realizada no dia 19/12/2006, na redação do portal novohamburgo.org
Onde se encontra inspiração?
Podemos encontrar arte em tudo e podemos fazer arte com todas coisas que fizemos quando fazemos acima da média das outras pessoas. O Ronaldinho Gaúcho faz do futebol uma arte, ele se supera. Para mim, uma pessoa se torna artista plástico a partir do momento em que começa a ter traços e estilo próprios.
Qual a importância da escola nisto?
Temos ido em escolas e trabalhado com as crianças. Explicamos pra eles que arte é usar as tintas e o pincel de maneira própria, que é colocar o máximo de original em cada trabalho, com mais intensidade e com mais força. A Fundação Evangélica há 10 anos promove encontros de arte, onde comparam um artista brasileiro com artistas internacionais, mostrando o que eles tem de igual e diferente.
A idéia que existe de que para ser artista plástico de sucesso você precisa morar na Europa é antiga. Cada local tem sua cultura e suas técnicas. Temos artistas plásticos em Lomba Grande e estes fazem trabalhos belíssimos.
Os artistas de hoje tem muito mais possibilidades de fazer trabalhos belíssimos, pois os artistas plásticos de antigamente tiravam beleza de onde não tinha, ou de coisas tristes. Imagine então nos dias hoje, com coisas tão belas para se observar e a facilidade de locomoção. Qual o limite da arte e da loucura? Onde termina a arte e começa a loucura? Muitas pessoas pensam assim.
Os artistas de hoje tem muito mais possibilidades de fazer trabalhos belíssimos, pois os artistas plásticos de antigamente tiravam beleza de onde não tinha, ou de coisas tristes. Imagine então nos dias hoje, com coisas tão belas para se observar e a facilidade de locomoção.
Como se pode valorizar melhor a arte?
Novo Hamburgo é uma das poucas cidades do Brasil que a legislação permite a colocação de obras de arte em prédios públicos, em lei aprovada em 1989. Essa lei foi dividida em duas partes, uma em que prédios maiores de mil metros quadrados são obrigados a colocar alguma obra de arte, e a outra parte da lei que é o incentivo de prédios pequenos e casa onde há desconto de 50% na compra de obras de arte.
Esta lei tem sido cumprida há pouco tempo. O Big comprou um quadro meu para colocar e o Carrefour comprou de outros artistas. A idéia é que seja avaliado o tamanho da obra de acordo com o tamanho do local e que os empresários coloquem as obras de arte pensando na visitação das pessoas.
O que é preciso é que as pessoas sintam o quanto a lei pode trazer de benefício para a cidade, não que vá trazer prejuízo para quem vai construir. No ano passado fizemos um texto para entregar aos consultores. Explicava sobre o valor da cultura, o quanto pode ser legal e trazer benefícios para a instituição. Temos que passar a sensibilidade para o arquiteto e não simplesmente a lei que ele tem o dever de colocar uma obra. Se ele pegar o espírito da coisa vai escolher muito melhor a obra a ser colocada.
“O que eu acho legal é fazer o público ver a gente produzindo. Isso os aproxima de nós e faz eles ver que não é fácil e rápido.”
Novo Hamburgo te dá todo o reconhecimento merecido?
Eu não me considero algo tão especial para receber todo esse reconhecimento. Acho que as pessoas têm muito carinho por mim. Quando participamos das feiras sempre tem muitas festas do empresariado. Todos eles são muito carinhosos e queridos com a gente, mas nem todos auxiliam da maneira que poderiam para divulgar o meu trabalho. O que eu acho legal é fazer o público ver a gente produzindo. Isso os aproxima de nós e faz eles verem que não é fácil e rápido.
O que você deseja para Novo Hamburgo em 2007?
Que Novo Hamburgo tenha um ano maravilhoso e que, através do reconhecimento dos nossos talentos, tenhamos uma cidade melhor e com um futuro promissor, que é um novo começo e nós que estamos nos acostumando a começar de novo. Quem sabe não iremos ter um bom resultado? A minha torcida é que Novo Hamburgo tenha um ano ótimo, que eu vou estar junto.