Luana Piovani foi atração no Cultura no Campus, do Centro Universitário Feevale, em setembro e conversou com o Portal novohamburgo.org.
Felipe de Oliveira [email protected]
Ela já foi considerada a mulher mais sexy do mundo pela revista Vip, mas garante: “são rótulos que a mídia inventa para vender revista”.
Luana Elídia Afonso Piovani, 33 anos. Nascida na Capital de São Paulo, criada no interior. Apaixonada pelo que faz e idealista. “Acredito que se a gente quer morar num lugar melhor, temos que formar futuros cidadãos.”
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Luana Piovani esteve em Novo Hamburgo em setembro para participar do Cultura no Campus, promovido pela Feevale. Subiu ao palco do Campus II com Pássaro da Noite e elogiou a iniciativa do centro universitário, que proporciona acesso ao teatro com ingressos a R$ 10,00 e metade do preço para estudantes. “Estão abrindo as portas para pessoas que talvez não tivessem oportunidade”, avalia. Com assessoria da produtora Um Cultural, o programa é financiado pelo Ministério da Cultura e patrocinado pela Rede Sinoscar.
Pássaro da Noite é um monólogo escrito por José Antônio de Souza. Luana interpreta uma mulher que questiona a ordem social, embriagada depois de uma noite de festa. Difícil de imaginar a musa de olhos claros e cabelos loiros, na perfeita expressão de rosto angelical, falando palavrões. Foi justamente o que viram cerca de 500 pessoas na Feevale.
Depois do espetáculo, a atriz arrumou um tempinho na concorrida agenda para falar com o Portal novohamburgo.org*. Uma conversa reveladora. Do início da carreira como modelo, à independência artística e a paixão pelos palcos.
MODELO
Tudo começa pelas passarelas. E quase por acaso. Seu pai é engenheiro agrônomo. Trabalhava em um escritório na cidade de Jabuticabal (SP). A dona tinha duas sobrinhas modelos. “Eu ia ao dentista e passei no trabalho do meu pai. A dona me viu e indicou a agência Ford, onde estavam suas sobrinhas”, lembra Luana. “Mandaram fazer umas fotos e deu certo.” Em resumo, como faz questão de destacar, surgia assim a modelo, aos 13 anos.
ATRIZ
O primeiro papel na televisão foi com apenas 16 anos. Logo na Rede Globo. Engana-se, no entanto, quem pensa que era sonho de criança. Aconteceu naturalmente. A produção da emissora fez uma seleção por book fotográfico para a minissérie Sex Appeal. Ela ficou entre as quatro finalistas. Com os testes de vídeo e interpretação, ganhou o personagem e descobriu sua vocação. Surgia então a atriz. Algumas participações no Você Decide e aos 18 anos a primeira novela: Quatro por Quatro. Fazia Eduarda, par romântico de Ralado, interpretado por Marcelo Faria.
TEATRO
A passagem pelo Rio de Janeiro para gravar a novela foi como uma isca. “Aos 19 anos recebi convites para fazer teatro. Juntei meus paninhos e fui morar no Rio”, conta. Era o início da carreira nos palcos, que mais tarde se tornariam sua predileção. O cinema também desperta paixão, mas entra na história como coadjuvante. Convites especiais. O trabalho mais recente, por exemplo, A Mulher Invisível, só foi possível porque O Pequeno Príncipe tinha recém saído de cartaz no teatro.
FUTURO
A temporada de Pássaro da Noite terminou depois de um ano com a turnê no Rio Grande do Sul – esteve também em Porto Alegre em setembro. Luana pensa em retomá-lo em São Paulo. Só que os paulistas terão que esperar um pouco. Agora, volta a dedicar-se ao teatro infantil. Trabalha em O Soldadinho e a Bailarina. Para os que estavam com saudades de vê-la na televisão, um Alento. Será vista este mês na Globo com o ator Lázaro Ramos em um dos episódios da próxima temporada de Ó Pai, Ó. Nos próximos meses estará também no cinema em Insônia e Família Vende Tudo.
BATE-PAPO
novohamburgo.org – Como você lida com o status de símbolo sexual?
Luana Piovani – Vaidosamente falando, é muito bom. Mas na verdade não vale coisa nenhuma. São rótulos que a mídia inventa para vender revista. Sempre lidei bem com isso.
novohamburgo.org – A passagem pelo Japão e pela Europa trabalhando como modelo, como foi?
Luana Piovani – Foi incrível, traz muita experiência, amadurecimento… Mas também tem seu lado negativo. Me senti sozinha muitas vezes, triste. No fim, consegui fazer com que os momentos bons fossem maiores do que os ruins.
novohamburgo.org – Em que momento surgi a vocação para o humor, a ponto de participar do Casseta e Planeta?
Luana Piovani – Eles me procuraram. Fazia comédia anterior ao Casseta. Fui comediante, digamos assim, com O Homem que Copiava (filme), em Quatro por Quatro… Eu não descobri. Eu acho que eles descobriram isso em mim.
novohamburgo.org – E Pássaro da Noite, como surgiu a idéia de fazer um monólogo de texto tão forte?
Luana Piovani – O texto do José Antônio de Souza já tinha oito anos. Um dia nos encontramos numa festa e ele comentou a respeito. Fui até a casa dele no dia seguinte e decidi fazê-lo imediatamente. O público teve uma reação bem legal. Ninguém imaginava a Luana fazendo uma personagem como essa.
novohamburgo.org – Por que decidiu fazer espetáculos infantis?
Luana Piovani – Primeiro porque eu gosto muito de criança. Segundo, porque realmente acredito que se a gente quer morar num lugar melhor, temos que formar futuros cidadãos. É por um idealismo mesmo. Não quero só ficar fazendo televisão e enchendo meu bolso de dinheiro.
*Entrevista publicada também na edição de outubro da revista Expansão
FOTOS: Nana Moraes/divulgação