Estudo clínico feito no Brasil pode trazer um tratamento que cure as 210 milhões de pessoas no mundo que sofrem de enfisema pulmonar.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Cerca de 210 milhões de pessoas são atingidas pelo enfisema pulmonar no mundo, mas podem receber um novo tratamento que usa células-tronco para curar a doença. Esse tratamento está sendo desenvolvido no Brasil através de testes feitos por pesquisadores paulistas e, até agora, revelam uma eficiência de 75% em pacientes com a doença.
O primeiro estudo com humano foi feito por cientistas da Universidade Estadual Paulista – Unesp, e por um laboratório especializado em células tronco entre 2009 e 2010. Apenas quatro pessoas participaram e todos tinham a doença em estágio avançado. Após o teste, os pacientes tiveram seus pulmões regenerados com células-tronco obtidas da medula óssea.
Em entrevista ao Portal G1, o médico hematologista Elíseo Sekiya, que participou da pesquisa, falou sobre os testes. “Foi feito um trabalho de segurança para ver quão seguro é o método, que só pode utilizar células colhidas da própria pessoa beneficiada”, explicou ele. O enfisema pulmonar compromete tanto a respiração, quanto a locomoção. Antes do teste os quatro participantes usavam cilindros de oxigênio para andar, e após, três se livraram dos equipamentos.
Futuras pesquisas podem levar ao tratamento
Agora o objetivo dos cientistas é testar a eficiência do tratamento quando usadas células-tronco retiradas de outra região do corpo, chamada “mesênquima”. Mas, antes disso, os comitês de ética tem que aprovar a nova pesquisa, classificada como estudo clínico de fase 01. Com o avanço das pesquisas e resultados, os estudos de fase 02 e 03 serão feitos com grupos maiores de pessoas e podem trazer um tratamento para a doença, o que é inédito.
“O enfisema pulmonar ainda é muito pouco conhecido, não existe forma de tratamento. Uma solução seria o transplante de pulmão, mas isso depende do doador e existe sempre o risco de rejeição, o que obriga o paciente a tomar remédios”, argumentou o especialista. Segundo ele, a distância entre a pesquisa na bancada do laboratório e o tratamento no leito do hospital é de oito anos em média.
Informações de Portal G1
FOTO: Ilustrativa / GettyImages