Toda vida importa. Essas palavras têm se repetido nos últimos dias no Rio Grande do Sul, assolado por uma catástrofe climática histórica. Nesse trabalho diário para socorrer as pessoas afetadas pela enchente, equipes de empresas como a Fati Ferramentas, em Novo Hamburgo, entraram na água para salvar vidas, inclusive a dos animais.
Logo que o Rio dos Sinos saiu do leito e começou a invadir ruas do bairro Santo Afonso, a equipe diretiva da empresa participou do resgate de famílias que começaram a ter que sair de casa por causa da enchente. Veículos da Fati foram usados no transporte de pessoas a abrigos da cidade. Algumas dessas pessoas, cerca de 30, inclusive um funcionário, foram levados para o salão de festas da empresa, que fornece condições para que possam aguardar o retorno para casa.
No entanto, além das pessoas, havia animais que precisavam ser resgatados, a maioria perdidos de seus tutores. A empresa, então, começou a retirar esses animais da enchente e abrigá-los em local seguro. Para isso, a Fati Ferramentas montou um abrigo em um prédio da empresa, no bairro Liberdade, distante em torno de 500 metros da matriz. Lá, os cães – chegaram a ser 32 e, atualmente, são cerca de 25 – recebem alimentação e cuidados, inclusive com atendimento de veterinários.
“A situação veio tão inesperada e comovente, avassaladora, que foi algo natural [ajudar as famílias]. Estava vendo, da empresa, a quantidade de carros parados com as pessoas sem saber para onde ir. Um funcionário ligou chorando, nos envolvemos, deslocamos as pessoas, abrigamos os animais. Foi uma avalanche de sentimentos, envolveu os quatro proprietários da empresa, colaboradores, tinha voluntários ajudando”, conta o diretor da Fati, Jones Cardoso, ao lembrar da chegada da enchente e o resgate das famílias e dos animais.
No momento, o foco da empresa é ajudar as famílias desabrigadas, cuidar dos cachorros e localizar seus tutores – caso não sejam localizados, os animais serão encaminhados para adoção. Afinal, toda vida importa.