Serviço Ligue 180 tem objetivo de orientar as mulheres vítimas de abusos e encaminha-las para órgãos da polícia, da Justiça e demais serviços.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Desde que a Lei Maria da Penha foi sancionada em 2006, o número de agressões contra mulheres relatadas ao governo federal através do serviço Ligue 180 aumentou 600%. Grande parte dos casos, cerca de 57%, envolve agressões físicas.
De acordo com a Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, serviço de atendimento telefônico que as orienta em caso de violência, encerrou o ano de 2012 com 88.685 relatos de agressão – contra 12.664 há seis anos. Segundo a pasta, o número de relatos não quer dizer que há necessariamente um crescimento nos casos de violência, mas sim uma elevação das notificações.
“Acho que a população já está mais ciente de que existe uma lei para proteger as mulheres da violência doméstica”, disse farmacêutica Maria da Penha Fernandes, que ficou paraplégica após ser baleada pelo marido e que deu nome à lei que tornou mais severas as punições para quem comete violência contra a mulher.
Em um ranking das agressões relatadas ao serviço no ano passado, a violência física aparece em primeiro lugar, com 50.236 casos (crescimento de 433% em relação há 2006). A seguir, vêm a violência psicológica (24.477 casos) e a violência moral (10.372). Os abusos sexuais representam, 2% dos casos, com 1.686 relatos.
“O aumento da denúncia significa que as mulheres estão acreditando mais nas políticas públicas e nos serviços de acolhimento. Estão acreditando que a impunidade do agressor está chegando ao fim”, disse a ministra da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, Eleonora Menicucci.
De acordo com a ministra, na última década o número de delegacias da mulher no país passou de 248 para 503. Os centros especializados de atendimento subiram de 36 para 223 e as casas abrigo de 43 para 72.
Informações de BBC
FOTO: reprodução / reuters