A Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Tecnologia de São Leopoldo (ACIST-SL) já conta com um novo presidente na gestão 2024/2025. Daniel Klafke assumiu o comando da entidade em 17 de janeiro. O cargo máximo sucede sua trajetória como vice-presidente de Tecnologia no biênio anterior.
Ele é CEO e co-fundador da W3K Tecnologia, empresa sediada no Parque Tecnológico São Leopoldo, o Tecnosinos, especializada em governança da informação para o mercado corporativo e é formado em Computação pela Universidade Feevale, com MBA em Gestão Estratégica pela Unisinos.
Acompanhe, na entrevista que segue, suas projeções para o futuro da cidade e sua atenção aos desafios do tempo presente.
Qual será o norte da sua trajetória na presidência?
Espero trabalhar para uma gestão com a mesma qualidade dos meus antecessores, visando aumentar e agregar valor para os associados. E destaco que entendo o associativismo e a cooperação entre as empresas como a construção de uma comunidade empresarial mais robusta e resiliente e com mais representatividade no mercado. Confio que um mercado livre é o único instrumento que gera inclusão social de maneira escalável e sustentável.
A tecnologia é um importante vetor na sua visão de mercado?
Tecnologia e inovação foram minhas grandes pautas na associação nos últimos dois anos. E eu vejo que São Leopoldo tem muito a desenvolver ainda, aproveitando as oportunidades geradas por já ter muitas empresas de tecnologia sediadas aqui. Nosso papel é potencializar esse posicionamento como cidade de tecnologia e de inovação. A inovação atrai mais investimentos, atrai mais pessoas dispostas a trabalhar para a cidade e beneficia quem faz negócios em São Leopoldo.
Qual a relevância do Parque Tecnológico São Leopoldo, o Tecnosinos,para o posicionamento inovador da cidade?
A ACIST-SL foi, inclusive, parte da fundação do Tecnosinos e é parte também da sua governança, feita em tríplice hélice, a partir da universidade, o poder público e a assistência. Com vários projetos em conjunto, nós apresentamos o Parque a empresas que nem sequer o conheciam e isso foi disruptivo; uma verdadeira inspiração de inovação. É para provar que a inovação não é só para empresas de base tecnológica. Qualquer negócio, independente do segmento, seja comércio, indústria ou serviço, pode e deve inovar para buscar mais clientes, novos mercados e um diferencial competitivo diante da concorrência.
Tratando especificamente do comércio, quais ações a entidade prevê para fomentar o segmento?
As demandas específicas do comércio, assim como das demais áreas de atuação da entidade, que são indústria, serviços e tecnologia, ainda não foram definidas, uma vez que ainda não concluímos a revisão do Planejamento Estratégico para esta gestão. Mas podemos assegurar que vamos acompanhar as obras da revitalização da Rua Independência, que é o grande corredor comercial de São Leopoldo, além de outras ações pela cidade, como as obras do bairro Scharlau.
Como os impactos dessas obras são avaliados pela entidade?
A ACIST-SL está muito comprometida com este acompanhamento. Temos um assento no Comitê Popular de Acompanhamento da Obra de Revitalização da Rua Independência. Sabemos que essa obra é de suma importância para São Leopoldo, mas é preciso um olhar atento para os efeitos negativos junto aos comerciantes que ali estão e têm registrado queda no volume de negócios. Estamos gestionando alguma compensação por parte do Poder Público e por parte dos proprietários. Esta compensação ainda não está definida. A fase atual das obras, de abertura do solo, só tem trazido desafios. Os benefícios virão somente com a conclusão, cujo prazo pode mudar, o que é ainda mais preocupante.
Quem são os parceiros da ACIST-SL nos projetos que virão?
Historicamente, a ACIST-SL tem parceiros para a realização dos mais diversos projetos, assim como a ACIST-SL é parceira, sendo uma via de mão dupla. Na atualidade, temos parcerias consolidadas com o Sebrae Vales, Federasul, SESC/Senac, com a Unisinos e todo o seu ambiente tecnológico e de inovação, CDL Porto Alegre, e muitas empresas e associadas que se integram em projetos, seja como patrocinadores ou apoiadores. O Poder Público também tem adesão de parceria, a exemplo do apoio para atividades como o Criança Cidadã, que reúne as forças de segurança pública, dentre muitos outros; e o Programa 3 Mil Talentos, para a capacitação de jovens para o mercado de trabalho com foco na Tecnologia.
Este ano é marcado por duas grandes pautas, citadas em seu discurso de posse. Como as eleições municipais e o bicentenário da imigração alemã serão tratados pela associação?
Por norma estatutária, a ACIST-SL não pode ter posicionamento partidário, mas apoia posições que sustentam a liberdade econômica e a desburocratização e vai se manifestar quando estes valores forem atingidos. Os 200 anos da imigração ase flemã no Brasil também serão pauta importante para a nova gestão. Precisamos mostrar para as novas gerações a importância do legado destas 39 pessoas que ficaram alojadas aqui, tão perto de nós (no bairro Feitoria). Mostrar que seu exemplo de coragem, ousadia e trabalho duro são os mesmos requisitos para uma mentalidade empreendedora e para a geração de prosperidade.
Ex-presidente Feldmann segue na gestão junto com novo time
Foi no dia 17 de janeiro que a ACST-SL reuniu associados, autoridades e imprensa para a posse das diretorias Executiva e Ampliada, do Conselho Fiscal e dos coordenadores dos Núcleos do Programa Empreender, que integram a gestão da entidade no período de 2024 a 2025. Daniel Klafke recebeu, oficialmente, o cargo da presidência de Felipe Feldmann.
Feldmann, que assumiu dupla atividade na atual gestão: presidente do Conselho Consultivo e diretor de Comércio, apontou que o período em que esteve à frente da associação foi um intenso “MBA de vida, com muita bagagem de conhecimento”.
“Tive a oportunidade de solidificar relacionamentos, construir novos e vivenciar o associativismo nas mais diversas situações. Por tudo isto, sou muito grato pelo convite feito por Siegfried, há quatro anos”, disse.
Naquela gestão, de 2020 a 2021, Feldmann atuou como vice-presidente de Comércio, tendo papel relevante no Comitê contra a Covid-19. Já como presidente, ele rememorou um desafio marcante: receber pela primeira vez um vice-presidente da República, Hamilton Mourão. “A equipe foi incansável em cumprir com todas as exigências protocolares, mostrando maturidade e comprometimento”.
Ao parabenizar Daniel Klafke pelo novo cargo, Feldmann ressaltou que a sintonia de posicionamentos fará com que projetos importantes sejam continuados, assim como novos virão.
Impacto estadual
Presente na mesa solene da cerimônia de posse, Rodrigo Souza da Costa, presidente da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), assinalou que a ACIST-SL pode contar com a Federação para as mais diversas demandas, salientando a importância da presença da associação nos movimentos de impacto estadual.
“Vocês fazem parte das soluções, assumindo seu papel como cidadãos”, pontuou, referindo-se às manifestações que levaram o governo gaúcho a retirar o projeto de lei que elevaria a alíquota do ICMS de 17% para 19,5%.