Protestos que tomam conta das ruas exigindo a renúncia imediata do presidente Hosni Mubarak entram na segunda semana.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
O movimento contra o regime egípcio convocou uma greve geral por tempo indeterminado e uma passeata de um milhão de pessoas para esta terça-feira, 01 de fevereiro, no início do sétimo dia de protestos que exigem a renúncia do presidente Hosni Mubarak.
“Decidimos, durante a noite, que na terça-feira acontecerá uma passeata de um milhão de pessoas”, declarou Eid Mohamad, um dos líderes do movimento. “Também decidimos convocar uma greve geral indefinida.”
A convocação de uma greve geral foi feita na noite de domingo pelos trabalhadores da cidade de Suez, umas das três maiores do país, ao lado do Cairo e de Alexandria, onde foram registradas manifestações e distúrbios. As três cidades estão sob toque de recolher. “Nos unimos aos trabalhadores de Suez e iniciaremos uma greve geral até que nossas demandas sejam cumpridas”, revela Mohamed.
Cronologia dos incidentes
De 17 a 20 de janeiro
Um homem de 50 anos toca fogo em si mesmo em frente ao Parlamento, no Cairo, numa possível reprodução do suicídio de um jovem tunisiano em meados de dezembro que desencadeou a revolta e subsequente derrubada do presidente Zine El Abidine Ben Ali. Nos dias seguintes, mais três egípcios fazem o mesmo — um deles, de 25 anos, não resiste aos ferimentos e morre.
Dia 25
Insuflados pelo líder da oposição, Mohamed ElBaradei, milhares de pessoas tomam as ruas do Egito pedindo a renúncia do presidente do país, Hosni Mubarak. Nos confrontos com a polícia, dois manifestantes morrem em Suez e um policial é morto no Cairo.
Dia 26
As manifestações se espalham dos grandes centros para cidades menores, aumentando em número e violência. No Cairo, um policial e um manifestante são mortos, enquanto em Suez 55 protestantes e 15 homens da força anti-motim são feridos.
Dia 27
Diante do saldo violento, com mais um jovem morto em Sinai, a Casa Branca cobra providências do governo do Cairo para evitar os embates, enquanto a União Européia chama atenção para o direito de protestas da população.
Dia 28
O saldo da violência chega a 13 mortos, centenas de feridos e quase mil presos. Os protestos aumentam e manifestantes tocam fogo no prédio do governo em Alexandria e na sede do Partido Democrático Nacional. Os serviços de internet são derrubados e ElBaradei diz que está pronto para liderar a transição, enquanto Mubarak impõe toque de recolher e promete reformas.
Dia 29
O presidente egípcio, Hosni Mubarak, designou um vice-presidente, o chefe da inteligência Omar Suleiman, pela primeira vez em 30 anos, e um novo primeiro-ministro, ambos com cargo de general, para tentar sufocar a rebelião já deixa mais de 90 mortos.
Informações de AFP
FOTO: AFP