Chegamos no ano do bicentenário: 2024 e suas expectativas, suas histórias, suas festas. Os alemães, tantas vezes criticados por trabalharem demais (quem nunca ouviu a expressão que em terra de alemão, se trabalha das sete da manhã ate sete da noite e depois se vai para casa dormir?) não se descuidam quando o assunto é… festa!
O ano vai começando e já podemos organizar nossas agendas, com festas e mais festas. Temos a Festa do Aipim, a Festa da Batata, a Festa do Figo, a Festa da Bergamota, a Festa do Pinhão, a Festa da Cuca, a Festa da Rosca, Mel e Nata e tantas outras no universo gastronômico. Claro que existem as festas temáticas, desde a nossa Fenac, Festa Nacional do Calçado, a Festa das Rosas, a Hamburguerberg Fest, o Festeje Hamburgo Velho, as nossas festas primaveris, os Frühlingfests. E, claro, quantas Festas de Chopp, mais as Oktoberfests e os kerbs e rekerbs.
E dizem que esse povo não gosta de festas!
Gosta e muito. Se mobiliza, aglutina pessoas, organiza, investe. A ressalva que deva ser feita, talvez, é que assim como gosta de fazer festa, o alemão em sua essência também gosta de trabalhar. A relação de festas, resumida, que apresentei acima, deixa claro: tudo é motivo para os alemães fazerem festas — do figo à rosca; do chopp ao Pinhão. Mas ele também sabe do quão importante é dedicar-se a exaustão em suas atividades profissionais, cumprir seus compromissos, orgulhar-se do seu labor.
As festas são válvulas de escape, são motivos de reunir famílias, como ensinam os estudos, sobre a mais tradicional das festa, o Kerb! Idealizada por imigrantes alemães, que vieram para o Brasil em 1824 (conforme várias pesquisas apontam), essa festa tinha a intensão de integrar as comunidades alemãs que viviam no novo país de moradia, o Brasil. Também há indicativos do Kerb servir para celebrar a colheita dos agricultores alemães, radicados em solo brasileiro. Derivativos mais objetivos, também valem como resgate histórico da festa: a Kircheeinweihfest, ou Festa de Inauguração da Igreja, poderia ter inspirado o Kerb, assim como a Festa do Korb, Cesto em alemão.
Motivada pela igreja, pela colheita, pela saudade, pelas amizades, ou todas as alternativas anteriores reunidas. Pouco importa! O que vale é que o Kerb é a origem de todos os demais festejos em nossa região, arrisco dizer, inspirando as demais reuniões, cada vez mais presentes nas rotinas de nossas comunidades.
E com a celebração dos 200 anos da chegada alemã por essas bandas, não faltarão motivos para mais e mais festas. Cada cidade, cada região, cada comunidade criará seus festejos, sempre recheados com chopp, cerveja, linguiça, chucrute, cuca e quem sabe os sabores de uma spritzbier ou de um eisbein. Faltam apenas 200 dias para a festa maior. Vamos comemorar muito
E sempre com o compromisso do rigor alemão: dia de festa é dia de festa; dia de trabalho é dia de trabalho. Fazer as duas coisas bem feitas, com dedicação e competência: uma habilidade germânica, sem dúvida alguma.