Moeda americana fechou em queda de 0,88% nesta terça-feira, cotada a apenas R$ 1,803
Em queda livre, o dólar continua atormentando o setor exportador brasileiro, principalmente o calçado, matriz produtiva predominante em Novo Hamburgo e região. Nesta terça-feira, a moeda americana fechou cotada a apenas R$ 1,803, em uma redução de 0,88%.
Na mínima do dia, o dólar esteve muito próximo de chegar a incrível marca de R$ 1,79, já que foi negociado a R$ 1,8005, menor valor desde agosto de 2000.
A instabilidade cambial agrava uma crise que está longe de ter fim. Demissões em massa, empresas encerrando suas atividades e fábricas em férias coletivas fazem parte da dura realidade de quem sobrevive do mercado externo no Vale do Sapateiro.
Em entrevista dada ao novohamburgo.org em agosto, o diretor executivo da Abicalçados, Heitor Klein, lembrou de um agravante: outubro é o mês chave para o setor, por ser um dos melhores momentos para a exportação, em função da entrega de pedidos que serão realizados em março e abril de 2008.
Em razão disto, o dólar regredindo a patamares quase abaixo de R$ 1,80, como o registrado nesta terça-feira, são um dado a mais neste quadro alarmante. E o temor é compartilhado por outras entidades do setor calçadista.
Em maio, o presidente da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), Luís Amaral, disse ao novohamburgo.org que a baixa cotação do dólar tem diversos reflexos para o setor de componentes para couro, calçados e artefatos, devido à diversidade de produtos que compõem o elo da cadeia.
“Nossa alternativa é seguir investindo com nossos parceiros em projetos focados em design, tecnologia e inovação para fugir cada vez mais da venda baseada no preço, abrindo mercados para os componentes brasileiros através da diferenciação”, declarou Amaral, na época.
Também em maio deste ano, o presidente da Associação das Indústrias de Curtume do Rio Grande do Sul (AicSul), Francisco Gomes, disse que há quase uma unanimidade de que o momento é de adaptação aos novos tempos, pois a queda da moeda americana vem acontecendo também em outros países.