Secretário Diego Martinez garante que município caminha para a diversificação de sua matriz produtiva
No que depender do otimismo do secretário municipal de Indústria, Comércio e Serviços, Diego Martinez, Novo Hamburgo em breve não será apenas a Capital do Calçado. Seu desejo é que, com a efetivação do distrito industrial, a cidade possa ser pólo metal-mecânico, plástico, moveleiro, da construção civil e ainda turístico.
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Esta aposta audaciosa se deve ao trabalho e contatos que vêm sendo feitos pelo grupo responsável pelo Plano de Desenvolvimento Industrial (PDI), que integram as secretarias de Planejamento, de Obras, de Meio Ambiente e de Indústria e Comércio.
Segundo espera Martinez, o distrito significa muitas melhorias para a cidade, mas a mais importante delas é perceber que o município terá organização, com a logística e a infra-estrutura funcionando adequadamente.
“Hoje, quem está instalado, está com problemas. E, quem quer se instalar, como empresas de médio e grande porte, não encontram as condições adequadas. E estas empresas não estão pedindo nada mais do que um lugar, que será o distrito industrial”, afirma.
Martinez conta que há um trabalho bem encaminhado com 13 micro e pequenas indústrias do setor moveleiro. Ressalta ainda que não será apenas os pequenos investimentos que podem figurar na cidade.
“Há nove empresas de porte médio para grande que estão sendo bem trabalhadas, em diferentes áreas”, diz. Entre elas, há contatos para trazer para Novo Hamburgo até mesmo investimentos em biodiesel, o combustível ecológico, fabricado a partir da mamona, por exemplo, que é grande aposta do presidente Lula para o Brasil. “Está se levantando uma área para o biodiesel em Novo Hamburgo”, garante Martinez.
“Estamos indo ao encontro de uma diversificação bem responsável”, diz o secretário, que reforça que hoje o principal entrave para este desenvolvimento é a falta de área para a instalação das empresas. No entanto, é boa a possibilidade de algum dos nove principais empreendimentos que estão na mira do município confirmarem sua vinda até o fim do ano.

Aeroclube
A área do distrito industrial já está definida: ficará onde hoje funciona o Aeroclube de Novo Hamburgo. Para ocupar a área, no entanto, é preciso iniciar a transferência dos hangares e aviões para a nova pista de pouso, que ficará na localidade de Santa Maria do Butiá, em Lomba Grande. Esta mudança depende do parecer oficial do Departamento de Aviação Civil (DAC), que é esperado para os próximos dias.
O aeroclube não precisa estar necessariamente todo instalado em Lomba Grande, pois a prefeitura já possui lotes industriais que podem ser utlizados.
“Já está esboçado e será oficialmente apresentado em forma de maquete eletrônica o pré-projeto do distrito, com os loteamentos e suas divisões. Vamos estabelecer jurídica e administrativamente se os lotes serão doados, se será feito comodato, qual a forma que será trabalhada”, explica Diego Martinez.
O secretário esclarece que a prioridade de instalação na área será das empresas que hoje estão localizadas em bairros e que estão criando um certo desconforto para a população, em razão de casos de poluição sonora, poluição de resíduos e mau-cheiro. “Há muitas micro e pequenas empresas que vão estar recebendo de muito bom tom o distrito industrial”, diz.
Martinez ressalta que este trabalho reforça a intenção não apenas de atrair, mas principalmente de manter as empresas em Novo Hamburgo. Segundo ele, cerca de 60 empresas foram “seguradas” e aguardam pelo distrito ou por incentivos, mas não devem mais deixar a cidade. Há 230 indústrias que foram visitadas pela equipe da secretaria. O prefeito Jair Foscarini participou de em torno de 30 visitas.

“O distrito industrial me tirou muitas horas de sono. Estou preocupado, pois algumas coisas têm uma certa morosidade, mas não é por isto que vou desistir. Estes entraves atuais, que fique bem claro, não são situações políticas. Questões burocráticas fazem parte, mas eu como empresário não estou acostumado e nem quero me acostumar”, conclui.
Diversificação
Quanto à diversificação da matriz produtiva, Diego confessa que “se atreveu” a sugerir ao prefeito que futuramente Novo Hamburgo possa ter uma secretaria de Ciência e Tecnologia, ou ter uma diretoria vinculada a alguma outra secretaria.
“Novo Hamburgo é a terceira cidade em venda de produtos de Tecnologia da Informação (TI). Se quisermos futuramente nos projetarmos no mercado de televisão digital ou de outras tecnologias de ponta, temos que estar preparados”, justifica, citando a existência de formação na área com a Fundação Liberato e o Centro Universitário Feevale.
“Temos que ter duas coisas fundamentais que irão nos diferenciar para ter competitividade no mercado: comprometimento de gestão administrativa nas empresas e qualificação de pessoal e produto”, acredita.