Corte na subvenção municipal a entidades assistenciais gerou protestos na sessão da Câmara desta quinta
As relações entre o Legislativo e o Executivo Municipal, que já não andavam às mil maravilhas, estremeceram de maneira mais forte nesta quinta-feira. A sessão da Câmara de Vereadores foi marcada por protestos de parlamentares e entidades da cidade contra o corte na subvenção municipal.
O prefeito Jair Foscarini decidiu por decreto reduzir em 2008 as subvenções a entidades assistenciais em aproximadamente 25%. Coube à secretária de Trabalho, Cidadania e Assistência Social, Rosinha Silveira, ir ao Legislativo para enfrentar a incredulidade de membros das entidades e de vereadores. Ela repassou a responsabilidade da decisão ao prefeito Jair Foscarini. “Estou aqui cumprindo ordens”, resignou-se.
Vereadores como Jesus Maciel Martins (PTB), Ralfe Cardoso (PSOL) e Lorena Mayer (PDT) estavam entre os mais revoltosos com a medida e saíram em apoio às entidades e aos serviços que elas prestam à comunidade. Em discursos mais exaltados, foi proposta até a idéia de retaliação ao governo na análise de projetos importantes para o Executivo. Conforme proposta de Ralfe, a bancada oposicionista manteve a posição de não votar projetos de autoria do Poder Executivo enquanto a questão não for resolvida.
Entre as entidades que participaram da sessão estava a Associação de Familiares e Amigos do Down (Afad), que terá suspenso o seu benefício de R$ 3 mil mensais. “A partir do dia 1º de janeiro de 2008 fechamos as portas se não recebermos mais a subvenção”, declarou a presidente da Afad, Gecy Klauck, que pede uma solução propositiva, destacando que a entidade que representa atende mais de 30 crianças com síndrome de down. “Não repassar os recursos é uma forma de preconceito com essas crianças e preconceito é crime.”
O corte atinge entidades já tradicionais na cidade, como as associações dos Deficientes Físicos (Adefi) e dos Deficientes Visuais (Adevis), que deixarão de receber 20% dos seus repasses, que eram de R$ 30 mil por ano.
O presidente da Adefi, João Pedro Brochado, foi ao Legislativo reclamar da posição do governo. “A Prefeitura na distribuição do orçamento distingue, deixando de fora os cegos, os aleijados e os pobres”. Já o presidente da Adevis, Ricardo Seeward, explica que a redução não paga nem a estrutura da entidade, o que representa seu fechamento.