Os investigados estão sendo acusados de corrupção ativa e passiva, além de adulteração de documentos e liberação de automóveis que não deveriam circular.
Novo Hamburgo e São Leopoldo estão sendo palco de uma investigação envolvendo um despachante e um ex-vistoriador do Centro de Registro de Veículos Automotores (CRVA). Ambos são suspeitos de cometerem irregularidades que colocam em risco a segurança no trânsito e geram prejuízos para os cofres públicos.
Os investigados estão sendo acusados de corrupção ativa e passiva, além de adulteração de documentos e liberação de automóveis que não deveriam circular. A denúncia foi encaminhada pela Corregedoria do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e resultou na deflagração de uma operação nesta quarta-feira, 14, com a Polícia Civil cumprindo dois mandados de busca e dois mandados de prisão.
De acordo com o delegado Augusto Zenon, titular da 2ª Delegacia de Combate à Corrupção do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), o ex-vistoriador do Detran foi preso em São Leopoldo, enquanto o despachante, que atua em Novo Hamburgo, foi detido na cidade de Esteio. Durante as buscas na residência do ex-funcionário, foram encontrados R$ 10 mil em dinheiro e duas armas.
Além das ações realizadas nas residências dos suspeitos, também foram cumpridas ordens judiciais no CRVA. O delegado Zenon explicou que as irregularidades ocorriam a partir de um acordo entre o despachante e o ex-funcionário, que consistia em realizar vistorias em veículos e apresentar resultados falsos, permitindo a liberação de automóveis com problemas não resolvidos. Isso incluía questões relacionadas ao motor, chassi e outras condições gerais dos veículos, bem como falhas na documentação.
A investigação teve início há três meses, a partir de uma denúncia encaminhada pela Corregedoria do Detran ao Deic. Um comprador de um automóvel, residente no Paraná, adquiriu o veículo de um proprietário do Rio Grande do Sul e, ao iniciar o processo de transferência, foi orientado pelo Detran paranaense a buscar o órgão gaúcho devido a problemas no documento de origem do carro.
Na tentativa de corrigir esses problemas, o comprador entrou em contato com o vendedor em Novo Hamburgo, e ambos tentaram realizar uma vistoria no CRVA do bairro Lomba Grande. No entanto, não obtiveram sucesso. Nesse momento, segundo o delegado Zenon, o despachante investigado entrou em ação e exigiu um pagamento adicional para resolver os problemas no CRVA de São Leopoldo.
De acordo com as investigações, esse valor adicional cobrado pelo despachante era destinado à adulteração de documentos e informações, visando liberar o veículo como regularizado, mesmo que apresentasse problemas. Esses recursos seriam divididos entre o despachante e o ex- vistoriador.
Fonte:Gzh