Número de desempregados recua para 6,1 milhões e ocupação bate recorde com 102,4 milhões de trabalhadores
A taxa de desemprego no Brasil recuou para 5,6% no trimestre encerrado em julho, segundo dados divulgados nesta terça-feira (16) pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do IBGE. É o menor nível desde o início da série histórica, em 2012.
O resultado representa queda em relação ao trimestre anterior (6,6%) e também frente ao mesmo período de 2024 (6,9%). Em números absolutos, o contingente de desempregados caiu para 6,118 milhões de pessoas, o menor desde o fim de 2013.
Recorde na população ocupada
A população ocupada chegou a 102,4 milhões de trabalhadores, o maior número já registrado, representando 58,8% da população em idade ativa. Dentro desse total, 39,1 milhões têm carteira assinada no setor privado, o que também é recorde histórico.
O aumento das contratações com carteira assinada foi o principal fator que puxou o recuo da desocupação, segundo o IBGE. Entre os setores que mais contrataram no trimestre estão:
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Administração pública, saúde, educação e serviços sociais (+522 mil);
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Serviços de informação, comunicação, finanças e administração (+260 mil);
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Agropecuária (+206 mil).
Na comparação anual, também se destacaram indústria (+580 mil), comércio (+398 mil) e transporte (+360 mil).
Desalento e subutilização caem
O número de pessoas em situação de desalento — que desistiram de procurar emprego — caiu 11% no trimestre e chegou a 2,7 milhões, o menor patamar em anos. A taxa composta de subutilização da força de trabalho recuou para 14,1%, também o menor nível da série histórica.
De acordo com William Kratochwill, analista do IBGE, os dados indicam que “quem saiu da desocupação não está abandonando a força de trabalho nem entrando no desalento, mas sim se inserindo de fato no mercado, o que é confirmado pelo recorde de ocupação”.
Informalidade em leve queda
A taxa de informalidade foi de 37,8%, abaixo do trimestre anterior (38%) e do mesmo período do ano passado (38,7%). Apesar disso, o número absoluto de trabalhadores informais subiu levemente, chegando a 38,8 milhões.
O trabalho por conta própria também atingiu um novo recorde, com 25,9 milhões de pessoas, alta de 1,9% no trimestre e 4,2% em um ano.
Mercado de trabalho resiliente
O resultado reforça o bom momento do mercado de trabalho, segundo especialistas. Para o economista Maykon Douglas, a forte massa salarial — em alta de 6,3% em termos reais — tem ajudado a sustentar o consumo e a reduzir pressões sobre a inflação de serviços.
O economista Leonardo Costa, da Asa, pondera que, apesar do resultado positivo, há sinais de acomodação na população ocupada no curto prazo. “Ainda assim, o mercado de trabalho segue como destaque positivo”, avalia.
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