Fermino foi afastado das investigações e, em 2020, condenado pela Justiça, em primeiro grau, a seis anos de prisão por falsidade ideológica e corrupção ativa de testemunha. Enquanto responde em liberdade, se aposentou recebendo salário bruto de R$ 33 mil por mês.
O Conselho Superior da Polícia Civil pretende julgar até março deste ano a cassação da aposentadoria do delegado Moacir Fermino, que teria inventado um ritual satânico para concluir o inquérito sobre a morte de duas crianças em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana. Os corpos foram encontrados há cinco anos.
“No mês de março, ao que tudo indica, o nosso Conselho Superior de Polícia vai proferir o julgamento desse procedimento administrativo disciplinar que pode ensejar à pena demissória e, àqueles que estão aposentados, a cassação da aposentadoria daqueles que já se retiraram“, afirma o chefe de polícia do RS, Fabio Motta Lopes.
A demora, segundo o chefe de polícia, é justificada pela ampla defesa ao investigado. “É realmente um procedimento moroso, não gostaríamos que fosse tão demorado assim, mas em alguns casos a celeridade e rapidez pode atrapalhar, seja no âmbito criminal ou administrativo.“
Segundo a investigação, um ritual satânico encomendado por empresários teria sacrificado as crianças. Cinco pessoas chegaram a ser presas. A própria polícia admitiu, depois, que tudo era uma farsa. O delegado teria inventado o caso para ganhar relevância dentro da igreja que fazia parte.
Depois do escândalo, Fermino foi afastado das investigações e, em 2020, condenado pela Justiça, em primeiro grau, a seis anos de prisão por falsidade ideológica e corrupção ativa de testemunha. Enquanto responde em liberdade, se aposentou recebendo salário bruto de R$ 33 mil por mês.
O caso
As crianças foram encontradas em setembro de 2017 próximo a uma estrada na Zona Rural de Novo Hamburgo. Passados mais de cinco anos, o nome delas não foi descoberto e a investigação foi entregue ao Poder Judiciário sem concluir quem cometeu esse crime.
O Instituto-Geral de Perícias (IGP) descobriu que são um menino e uma menina, entre oito e 12 anos, e que possuíam material genético compatível pelo lado materno, ou seja, podem ser irmãos, primos ou mesmo tia e sobrinho. As vítimas foram esquartejadas e os crânios nunca localizados.
Fonte G1