As apresentações envolveram dança, teatro, música popular brasileira, música cigana, música latino-americana, samba, fotografia, muralismo, literatura e carnaval.
Uma delegação de São Leopoldo participou de intercâmbio cultural no Departamento de Canelones (Uruguai), entre os dias 20 e 22. Em sua primeira etapa, a iniciativa possibilitou que artistas independentes de São Leopoldo apresentassem suas expressões e trabalhos no país vizinho. As apresentações ocorreram no sábado, 21, e domingo, 22, e envolveram oficinas de dança, teatro, música popular brasileira, música cigana, música latino-americana, samba, fotografia, muralismo, literatura e carnaval. A “Caravana Cultural” foi resultado de um edital promovido pela Rede Mercociudades, conquistado por ambas as cidades. As performances ocorreram nas cidades de Canelones, Las Piedras, Salinas, Los Cerrillos e Sauce.
O titular da Secretaria Municipal de Cultura e Relações Internacionais (Secult), Pedro Vasconcellos, disse que a primeira etapa do intercâmbio cumpriu um papel importante de integração cultural entre os dois países que se situa em um contexto nacional para o Uruguai e mais regional para o nosso estado. “Isso vai nos proporcionar uma ampliação com Montevidéu e Porto Alegre para outros intercâmbios, como do Carnaval para o ano que vem e de um seminário que fomos convidados para participar em setembro lá no Uruguai. Na segunda etapa, vamos preparar um grande evento em agosto para receber uma comitiva de artistas e gestores culturais uruguaios. Vamos preparar um grande festival para poder oportunizar as apresentações dos artistas do país vizinho”, destacou.
Vasconcellos também salientou que serão realizados uma série de cursos entre os gestores culturais do Estado e do Uruguai. “Teremos capacitações realizadas por integrantes do governo uruguaio aqui e de nossos gestores culturais lá. Vamos organizar essas ações para o ano que vem”, esclareceu.
Apresentações
No sábado, 21, ocorreram no Centro Cultural de Salinas, duas atividades. A bailarina, Alexandra Castilhos, promoveu uma oficina de dança contemporânea. E a performance “Rosa Choque Quase Vermelho”: Carolina Willrich, Bianca Weber e Cris Rosa. Alexandra destacou que, na sua concepção, o mais marcante foi perceber durante o intercâmbio que as linguagens artísticas criam um fluxo próprio de comunicação e de encontro. “Durante a oficina de dança que conduzi pude me aproximar de bailarinas e professoras de tango, da dança contemporânea. Elas atuam com dança criativa para crianças de Salinas e de outras cidades do distrito de Canelones. Pude conhecer os equipamentos de cultura e como Centro Cultural de Salinas atua como espaço formativo em dança. Esse tipo de política pública é essencial para a difusão e fortalecimento da dança em um território, e pela experiência do intercâmbio pude perceber como ela se aplica e se desdobra na prática”, relatou. Ela ainda acredita que fazer essa imersão na cultura do Uruguai oportunizou um deslocamento na percepção e um aprendizado por todos os poros. “Pude deixar um pouco do que fazemos aqui no que tange a criação e prática da dança e também pude experienciar e absorver como a dança acontece no Uruguai”, pontuou.
A atriz, Cris Rosa, saudou a sua volta aos palcos pós pandemia. “Foi emocionante, sendo uma honra para mim estrear no espetáculo ‘RosaChoqueQuaseVermelho’ em um intercâmbio cultural no Uruguai. O trabalho é de 2008 e foi uma experiência incrível de arte coletiva envolvendo diferentes expressões artísticas, entre São Leopoldo e Canelones. Sou grata pela vivência e pela interação do público que foi muito sensível. Estou de alma lavada e forças renovadas com tamanha receptividade”, contou.
A diretora do Centro Cultural Salinas, Anabel Marichal, não poupou elogios para expressar a oficina e a apresentação que ela assistiu. “Quero contar para vocês que o show que vi no sábado, do elenco brasileiro, em meu local de trabalho, superou minhas expectativas, me emocionou profundamente. Uma conjunção entre o simbólico, o árido da cena, levado ao mínimo, para mover o máximo. Uma finesse absoluta em cada seleção, em cada movimento, sem perder a força e a contundência de corpos super profissionais, permeados de emoção. Uma obra tão linda, tão minimalista e tão comovente, que deixou o público estremecido”, comentou.
Foto: Divulgação/PMSL