Estatal hamburguense quer fornecer água potável a 100% da população urbana em 20 anos e aumentar percentual de tratamento de esgoto cloacal que atualmente é de apenas 3%.
Felipe de Oliveira [email protected]
Fornecer água potável a 100% da população urbana em 20 anos é a meta da Comusa Serviços de Água e Esgoto de Novo Hamburgo. Um sonho quase impossível, diriam os menos otimistas. Não é o caso do diretor-presidente. “Hoje somos referência em todo o Estado. Perseguimos sempre a perfeição”, diz Arnaldo Dutra.
VÍDEO: Saiba mais sobre a Comusa Serviços de Água e Esgoto de Novo Hamburgo
Em evento realizado nesta terça-feira, dia 06, no Hotel Union, completando 18 anos a estatal hamburguense reuniu imprensa, empresários e lideranças políticas para apresentar sua nova logomarca e anunciar um plano de investimentos audacioso. Com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, do Governo Federal, pretende aumentar consideravelmente o tratamento de esgoto cloacal na cidade. Segundo Arnaldo Dutra, hoje atinge apenas 3%. A substituição e ampliação da rede de abastecimento e da estação de tratamento também fazem parte do plano.
Além do diretor-presidente, compuseram a mesa oficial o prefeito Tarcísio Zimmerman (PT) e o ex-prefeito e fundador da Comusa Paulo Rtitzel. Atualmente, ele preside o conselho da estatal. “Essa é uma estatal que nos orgulha. Não tem dívidas e gera lucro para o município”, defende Ritzel. O ex-prefeito lembrou do processo litigioso que levou à municipalização dos serviços de água e esgoto em Novo Hamburgo e destacou suas vantagens. “A centralização dos serviços públicos é muito ruim. O cidadão não tem onde chegar para reclamar, no chefe daquele serviço.”
REESCREVENDO A HISTÓRIA
Tarcísio Zimmermann usou a palavra para elogiar o que chamou de coragem de Paulo Ritzel na época da criação da Comusa. “A história a gente nunca escreve em cima de páginas em branco. Mas as vezes a gente tem que reecrevê-la”, disse Zimmermann, referindo-se à municipalização da água e esgoto, levada a cabo por Ritzel quando era prefeito, em 1989.
O petista utilizou o exemplo da criação da Comusa para justificar medidas considerdas por ele mesmo como “antipáticas, porém inevitáveis para a gestão do município conforme as novas tendendências do mundo”. Citou a proposta de extingüir o atual plano de carreira dos funcionários públicos de Novo Hamburgo e criar um novo para os próximos concursados. De acorodo com o prefeito, fundamental para que as finanças públicas não fiquem inviáveis em alguns anos. Ele apresentou gráficos preocupantes sobre o retorno de ICMS, que atingiu seu auge em 1989 e chega ao menor nível 20 anos depois.
Por fim, citou medidas de contensão de despesas e recuperação de receita que o governo vem adotando: renegociação de dívidas de contribuintes; implantação da nota fiscal eletrônica. Não hesitou, no entanto, em antecipar que as perspectivas não são as melhores. “Teremos ainda um período de mediadas amargas, que entendemos como necessárias. A comunidade terá o retorno em ações como essas anunciadas hoje pela Comusa.”
PATRIMÔNIO
O diretor-geral Arnaldo Dutra fez ainda um resgate histórico sobre a criação da Comusa e destacou o patrimônio da estatal. Começou pela aprovação da municipalização do serviço em 1989 na Câmara Municipal de Novo Hamburgo, passou pela oficialização em 1991, pelo início das operações, em 1998, e terminou em 2008, na tranformação de empresa de economia mista em autarquia . Lembrou também que até hoje a Corsan briga na Justiça para obter retornos finaceiras que alega em função de supostos investimentos que teria feito na cidade.
Em seguida, Dutra descreveu a estrutura da estatal, que tem atualmente 192 colaboradores, incluídos estagiários. “As vezes ouvimos que a Comusa é cabide de emprego, mas nosso quadro é muito enxuto”, argumenta. Atende 98% da população urbana com água potável e produz mais de 1,5 milhão de m³ ao ano. A extensão da rede de abastecimento tem quase 750 Km, dos quais 100 Km devem ser substituídos até 2012, como promete o diretor-presidente. No ano que vem, o sistema de leitura do consumo passa a contar com aparelhos capazes de imprimir o documento para pagamento na mesma visita, reduzindo as despesas com leituristas.
NA FOTO: prefeito Tarcísio Zimmermann com o diretor-presidente Arnaldo Dutra