O relatório entregue pelo CFP contém 76 casos de mortes, maus-tratos e torturas que ocorreram em hospitais públicos e privados.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Há dez anos houve a reforma psiquiátrica no Brasil, mas ainda são registrados casos de mortes e maus-tratos nas unidades que internam pessoas com transtornos mentais. O CPF entregou um relatório nesta segunda-feira, dia 26, contendo relatos ao Subcomitê de Prevenção da Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes das Nações Unidas – ONU, no Rio de Janeiro.
Essas unidades estão em todas as regiões do país e os casos ocorrem entre 2002 e 2010. Humberto Verona, presidente do CFP, afirma que as denúncias foram enviadas ao órgão e a instituições parceiras que defendem os direitos humanos por parentes de pacientes de unidades. Até os próprios pacientes encaminharam reclamações ao conselho. Entre os casos de maus-tratos estão a negligência, privação de liberdade, abandono e medicação forçada.
As medidas de proteção aos pacientes ainda não foram tomadas. “Pela gravidade das denúncias, esperávamos uma reposta mais rápida por parte das autoridades”, afirmou Verona. O presidente do CPF também afirma que o governo federal está investindo nas comunidades terapêuticas e que eles estão com dificuldades para conseguir ajuda. O documento também foi protocolado na Secretaria-Geral da Presidência da República, na Secretaria de Direitos Humanos da Presdiência da República e no Ministério da Saúde.
Além dos hospitais públicos e particulares, as comunidades terapêuticas também têm casos de maus tratos e mortes. Segundo Verona, essas comunidades são instituições privadas vinculadas a igrejas e são verdadeiros manicômios contemporâneos.
Informações de Agência Brasil
FOTO: Ilustrativa