O ex-deputado federal Renato Molling (PP) responde a uma ação civil pública por improbidade administrativa por supostamente usar o cargo para cobrar propina de uma cooperativa habitacional em Sapiranga, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Conforme o Ministério Público (MP), o político e a esposa, Corinha Molling, ex-prefeita da cidade, teriam recebido uma área de R$ 4,7 milhões para liberar obras de um loteamento. A denúncia foi feita ontem, pelo repórter Giovani Grizotti, no RBS NOTÍCIAS.
O advogado Vanir de Mattos, que representa a família Molling, afirma que a área do loteamento já era do ex-deputado desde 2005, antes do pedido de aprovação à Prefeitura de Sapiranga. A defesa ainda diz que os terrenos foram passados a título de comissão pela negociação das terras. O representante do casal sustenta que os técnicos da prefeitura não foram ouvidos durante a investigação e que, se isso tivesse acontecido, ficaria comprovado que tanto Renato quanto Corinha em nada se envolveram na aprovação ou retardamento do projeto de aprovação do loteamento.
Os depoimentos que deram origem à ação foram colhidos no Ministério Público Federal (MPF) de Novo Hamburgo, a 16 km de Sapiranga. Diante do procurador da República Celso Três, o então presidente da cooperativa que iria administrar o loteamento disse que a liberação do projeto na prefeitura estava demorando mais do que o normal.
O ex-dirigente da Cooperfumo afirmou que não conseguiu ser atendido pela então prefeita. A saída que ele decidiu buscar, então, foi pedir ajuda ao marido de Corinha, o então deputado Renato Molling.
“A gente foi no Renato naquela época lá. ‘Renato, bah, temo alí, já temo apanhando, assim, assim.’ Daí ele olhou o mapa, olhou o mapa, olhou tudo, o mapão lá… ‘isso aqui eu quero'”, relatou em depoimento.
Segundo alega o o MP na ação, o que Molling queria era uma quadra inteira do empreendimento, com 11 mil metros quadrados. No total, 35 lotes avaliados em mais de R$ 4,7 milhões. Seria uma propina para liberar o projeto na prefeitura. O deputado teria dito, segundo o denunciante, que se ele não ganhasse uma quadra, o projeto não seria aprovado.
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