Após depoimento, delegado da Polícia Civil considera que o motorista conhecia as conseqüências de sua atitude de acelerar o veículo.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
O funcionário público Ricardo Neis, 47 anos, responderá a inquérito na Polícia Civil por tentativa de homicídio doloso (com a intenção de matar), no caso do atropelamento de ciclistas em Porto Alegre, na última sexta-feira, dia 25.
Neis (foto) prestou depoimento na segunda-feira, 28, e disse que tinha consciência do risco que assumia ao acelerar o veículo que conduzia sobre os ciclistas na rua José do Patrocínio. Ele alega legítima defesa dele e do filho de 15 anos, que também estava no veículo.
”No depoimento, conseguiu se verificar que ele tinha ciência da conseqüência da atitude. O depoimento convenceu no sentido de que a gente precisava saber se ele tinha a real noção”, explicou o delegado Rodrigo Garcia, coordenador de comunicação da Polícia Civil no Rio Grande do Sul.
Neis afirmou, em entrevista, que foi cercado pelos manifestantes do grupo Massa Crítica, que defendiam o uso de bicicletas como alternativa aos automóveis, e que se sentiu ameaçado. Por isso, tomou a decisão de avançar com o veículo. Ele garantiu que não teve a intenção de atropelar os ciclistas, mas tentou fugir depois que um grupo começou a bater no seu carro.
De acordo com Garcia, a polícia acabou trocando a tipificação criminal do inquérito por conta da clara ciência que Neis tinha sobre o que aconteceria aos ciclistas caso avançasse sobre eles. O caso havia sido registrado como lesão criminal culposa (sem intenção), mas foi alterado após o depoimento do atropelador.
Polícia Civil e
Ministério Público
Além disso, Garcia afirmou que o pedido de prisão registrado pela Polícia Civil teria maior embasamento que o do Ministério Público – MP. A informação foi contestada pelo promotor Eugênio Amorim, que disse ter pedido a prisão do motorista por ter certeza de que o delegado responsável pelo caso não o faria.
”O MP só pediu a prisão porque percebeu que a polícia não pediria. Conversei com o delegado e ele não me deu nenhum indicativo de pedir a prisão. Inclusive, foi textual em dizer que não estava com pressa”, disse Amorim.
Polícia Civil e Ministério Público pediram a prisão preventiva de Ricardo Neis na noite de segunda-feira, após o depoimento dele na polícia. A Justiça deve decidir nesta terça-feira, 1º, se aceita os pedidos.
Confira as imagens do momento do atropelamento:
Informações de ZeroHora.com
FOTO: reprodução / Genaro Joner