Há quase 50 anos o céu de Sapiranga é um dos mais coloridos do RS, com voos diários de asa-delta e paraglider partindo diariamente do Morro Ferrabraz. O mesmo morro, que em meados da década de 60, motivou o professor Muniz Pacheco a intitular Sapiranga como Cidade das Rosas, serviu para que a partir do final da década seguinte o município se tornasse, também, a Capital do Voo Livre.
Quem trouxe o esporte para Sapiranga foi o policial rodoviário Pedro Gilberto, o “Chefia”, no ano de 1977. Ele conta que viu saltos no Rio de Janeiro e teve vontade de praticar também. Pioneiro, Gilberto construiu a primeira fábrica de asa-deltas do Rio Grande do Sul, em São Leopoldo, e fez o primeiro salto a partir do Morro Ferrabraz.
Anos após os primeiros saltos de asa-delta, surgem as decolagens com os paragliders, também conhecidos como parapentes. Com a modernização do esporte e dos equipamentos, hoje, em dias sem vento, um voo de paraglider chega na média dos 55 km/h, enquanto, na asa-delta, pode chegar aos 100 km/h.
Associação Gaúcha do Voo Livre
A AGVL foi uma das grandes responsáveis pela qualificação do esporte na região. Fundada em 1978, a Associação conta há dois anos com o apoio do Governo do Estado por meio do Pró-Esporte RS. Com aporte por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, eles mantêm o projeto Equipe AGVL de Parapente que disputa competições estaduais, nacionais e internacionais.
Da paixão ao alto rendimento

O atual presidente da AGVL, Luciano Horn, é morador de Sapiranga e apaixonado pelo Voo Livre. “Meu padrinho Rogelio Dri esteve à frente da AGVL desde o início da fundação do clube. Até que um dia meu pai fez um voo duplo de parapente e ficou enlouquecido com o voo. Fez curso, começou a voar. Nem seis meses depois eu já estava voando também”, conta Horn, que sucedeu outro ícone do esporte na presidência do clube, Flávio Pinheiro – atual presidente da Federação Gaúcha de Voo Livre.
Há quase 30 anos no esporte, Luciano é atleta e coleciona títulos no parapente. No período, conquistou 10 títulos gaúchos, 1 título catarinense, 3 títulos do Sul-Brasileiro e 1 título do Brasileiro, além de representar o país algumas vezes no Circuito Mundial. Neste ano, no Campeonato Mundial, foi o não europeu melhor colocado, ficando na 24ª colocação.