A informação é da Fecomércio que realiza pesquisas levando em consideração os dados gerais da secretaria estadual da Fazenda
A Fecomércio disponibiliza em sua página oficial na internet, a informação de que o segmento comercial de Novo Hamburgo como um todo cresceu 1,5% em janeiro de 2008, comparativamente ao mesmo período de 2007. Segundo o assessor econômico da instituição, Carlos Cardoso, enquanto o setor da construção civil de Novo Hamburgo, por exemplo, registrou um crescimento de 22%, o de vestuário e calçados infelizmente sofreu baixas de 32%. Fazendo a média entre as altas e baixas dos diversos segmentos comerciais, foi possível chegar a este percentual de 1,5%, explica.
Cardoso, no entanto, argumenta que Novo Hamburgo vinha de um crescimento de 7,1% em janeiro de 2007 sobre o mesmo período de 2006. Aliás, e por falar em janeiro de 2006, naquele ano os indicadores da Fecomércio apontavam que Novo Hamburgo amargurava um índice negativo de 4,1% sobre janeiro de 2005. “É importante frisar que a pesquisa de crescimento de 1,5% ainda não apresenta nenhum número relativo a fevereiro de 2008, os quais deverão ser conhecidos somente nos próximos dias”, argumenta.
Segundo Cardoso houve um diálogo entre a Fecomércio e o Sindilojas de Novo Hamburgo para esclarecer o ruído de comunicação dos últimos dias. Pois se considerar que o município teve um crescimento de 1,5% sobre os 7,1% de janeiro de 2007 o resultado fica bem interessante na comparação com as outras cidades gaúchas que não cresceram tanto em janeiro de 2007 e depois foram recuperando o fôlego ao longo do ano. “ A impressão que se tem é que Novo Hamburgo havia saído na frente”, diz o economista da Fecomércio.
A empresária hamburguense Ângela Machado, da Céu de Menta, teve em 2007 um crescimento no seu ponto comercial em Canoas de 15% comparativamente a 2006, em Porto Alegre ela viu seu comércio prosperar em 20% na comparação com o ano anterior e em Novo Hamburgo este crescimento praticamente não existiu e ela diz assinar em baixo a pesquisa da Fecomércio, divulgada na segunda-feira, dia 24, em que aponta que o setor varejista da “Capital Nacional do Calçado” ficou com um crescimento de 1,5% no ano de 2007, enquanto que a média gaúcha foi de 8,7%.
Ângela frisou o fato da Fecomércio possuir uma assessoria que está conectada com a secretaria da Fazenda do Estado para embasar as pesquisas. “O presidente do Sindilojas Gerson Jaques Muller deve estar permanecendo muitas horas fora de Novo Hamburgo e não tem percebido que a grande maioria das empresas varejistas está crescendo com muitas dificuldades e penso que ele deveria conversar mais com os associados antes de dizer publicamente que o índice de 1,5% de crescimento comercial em janeiro de 2008, divulgados pela Fecomércio, não são reais, e que deveria dedicar mais seu tempo para encontrar alternativas de alavancar os negócios da cidade”, desabafa.
A empresária diz até entender a posição do empresário Remi Carasai quando ele diz publicamente que o percentual de crescimento de 1,5% divulgado pela Fecomércio não é real. “O presidente da CDL está se posicionando desta forma para defender todo um trabalho que ele realiza durante o Liquida Novo Hamburgo, mas não dá para esquecer que o resultado deste esforço somente deverá aparecer nos resultados de fevereiro”, observa.
Já para o empresário Jorge Soares, da Casa Paulo, diz que negociar em Novo Hamburgo está difícil pois percebe-se a cada dia o surgimento de novos empreendimentos comerciais e não percebe-se o crescimento do “bolo”. “Desta forma a comunidade é que está tendo mais opções de compra e não está percebendo o crescimento do bolo na mesma proporção, o que faz com que os clientes dividam mais os mesmos recursos entre os diversos lojistas”, argumenta. Para Soares, a prefeitura e as entidades têm que fazer algo para melhorar. O município, na percepção dele, está perdendo clientes a outras cidades. Para o empresário o resultado da pesquisa da Fecomércio, que aponta o crescimento médio de 1,5% em janeiro de 2008 está muito próximo da realidade.