O Ministério da Saúde divulgou nota estabelecendo a ampliação da estratégia criada pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) para combate ao mosquito Aedes aegypti, vetor de arborviroses como Dengue, Zika e Chikungunya. A expectativa é de que a transformação da medida em política pública de abrangência nacional contribua para reduzir as populações do inseto, sobretudo em cidades maiores.
Em relação ao surto de Dengue no Rio Grande do sul, nesta manhã de quarta-feira, dia 10, o Painel da Secretaria de Saúde somava 174.891 casos confirmados em 470 municípios; total de 265.248 notificações de suspeita desde janeiro deste ano. Em todo o ano passado o estado teve 38.744 pessoas infectadas com o vírus da Dengue.
Ação com armadilhas

A estratégia nacional envolve as chamadas estações disseminadoras de larvicidas (EDLs). Trata-se de potes com dois litros de água parada que são distribuídos em locais onde há proliferação dos mosquitos. Em busca de um local para depositar seus ovos, as fêmeas se sentem atraídas.
No entanto, antes de alcançarem a água, elas são surpreendidas por um tecido sintético que recobre os potes e que está impregnado do larvicida piriproxifeno. A substância acaba aderindo ao corpo das fêmeas que pousam na armadilha. Dessa forma, elas mesmas levarão o larvicida para os próximos criadouros que encontrarem, afetando o desenvolvimento dos ovos e as larvas ali depositados.
Municípios são responsáveis
De acordo com a nota informativa da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, o fluxo para a adoção das EDLs envolve cinco etapas: manifestação de interesse do município, assinatura de acordo de cooperação técnica com a pasta e com a Fiocruz, validação da estratégia com a secretaria de saúde do respectivo estado, realização de capacitações com os agentes locais e monitoramento da implementação. A estratégia deverá ser expandida gradativamente pelo país levando em conta a capacidade dos envolvidos nas três esferas: nacional, estadual e municipal.
Novas tecnologias
– para monitoramento da população de mosquitos há as ovitrampas; que são armadilhas voltada para a captura dos insetos, permitindo avaliar de tempos em tempos se houve aumento ou redução nas populações. Essa foi adotada pelo Rio Grande do sul;
– borrifação residual intradomiciliar, que envolve aplicação de inseticida, é indicada quando há grande infestação em imóveis especiais e de grande circulação de pessoas, como escolas, centros comunitários, rodoviárias;
– técnica do inseto estéril por irradiação (TIE) pressupõe a liberação de grande número de mosquitos machos estéreis que, ao copularem com as fêmeas, produzirão ovos infecundos;
– Método Wolbachia, cuja implantação no Brasil vem sendo estudada desde 2015 também sob coordenação da Fiocruz. Originado na Austrália, envolve a introdução nos insetos de uma bactéria capaz de bloquear a transmissão dos vírus aos seres humanos durante a picada.
Dengue
Doença febril causada por vírus, caracterizada principalmente por febre alta de início rápido. Costuma apresentar devido ao mal-estar provocado pelos sintomas que normalmente duram até sete dias. A principal forma de transmissão é pela picada da fêmea infectada do mosquito Aedes aegypti.
Em caso de sintomas, a população deve procurar um serviço de saúde, ingerir muita água e evitar uso de medicamentos por conta própria. O serviço médico fornecerá as orientações necessárias para cada caso.