Garantia foi dada pelo comandante geral da Brigada Militar, coronel Nilson Nobre Bueno, nesta quarta-feira
Não passou de uma ameaça o fechamento do Comando Ambiental da Brigada Militar, órgão que liderou a força-tarefa do Rio dos Sinos pós-mortandade, em outubro de 2006. Ou, nas palavras do comandante geral da corporação, o coronel Nilson Nobre Bueno, a extinção nunca foi sequer pensada.
“Em nenhum momento declarei à sociedade que o comando seria extinto, fiquei sabendo disso através da imprensa”, declarou Bueno, em audiência pública da comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembléia Legislativa na manhã desta quarta-feira.
O encontro foi requerido pela ONG Amigos da Terra e pelo secretário do meio ambiente de Porto Alegre, Beto Moesch, e contou com a presença do coordenador do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente do Ministério Público, promotor Alexandre Saltz.
O promotor apresentou uma pesquisa respondida por 57 colegas que atuam na área ambiental do MP. Segundo o breve questionário, 89% dos promotores afirmaram que o fim do Comando traria sérios prejuízos ao meio ambiente. Além disto, a maioria não concordaria em continuar a ceder à Brigada recursos provenientes de Termos de Ajustamento de Conduto (TAC) – oriundos de autuações ambientais.
Saltz lembrou que os recursos de TAC à Brigada chegam a somar 800 mil reais por ano, o que garante a doação de viaturas, barcos, decibelímetros e outros equipamentos ao Comando Ambiental. Ele disse ter ouvido que o órgão seria fechado em razão de estar “melhor equipado do que o policiamento ostensivo”.
“Em vez de melhorar o que está ruim, querem acabar com o que está bom?”, questionou o promotor, acrescentando que a notícia de fechamento do comando provocou uma queda nas denúncias de ocorrências na área ambiental do Ministério Público.
“Reestruturação, não extinção”
Segundo o coronel Bueno, a intenção do comando atual é a reestruturação da Brigada Militar, ou seja, fortalecer a parte operacional e reduzir a parte administrativa. “Nosso objetivo é ter gente nas ruas e enxugar a parte administrativa dentro dos quartéis”.
Por fim, com a garantia do coronel Bueno de manutenção do Comando, o presidente da comissão legislativa, deputado Alberto Oliveira (PMDB), ressaltou a importância dos esclarecimentos do comandante, tranqüilizando a população sobre a questão.