Festejado por alguns, odiado por outros, o horário de verão começa oficialmente a zero hora deste domingo
A partir deste domingo, e pelos próximos 126 dias, nossos dias não serão os mesmos. Começa o horário de verão, tão aguardado por aqueles que querem aproveitar uma hora a mais de sol ao final de um dia de trabalho, e tão questionado por quem reclama do período de adaptação, principalmente nas manhãs.
O horário de verão 2007/2008 terá início a zero hora deste domingo, 14 de outubro, e terminará a zero hora de 16 de fevereiro de 2008. Os relógios deverão ser adiantados em uma hora nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, repetindo a área de abrangência dos últimos dois anos.
A expectativa do Ministério de Minas e Energia é de que o horário de verão proporcione uma redução de 4 a 5% no consumo de energia no horário de pico, entre às 18h e 21h, o que representa uma economia de cerca de 2 mil megawatts (MW), segundo o coordenador de Monitoramento do Sistema de Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica do ministério, Elizeu Pereira Vicente..
No horário de verão 2006-2007, a economia foi de 1,9 mil megawatts, abaixo dos 2,5 mil megawatts do verão 2005-2006 e dos 2,8 mil megawatts de 2004-2005. Porém, de acordo com Vicente, isso não significa que exista uma tendência de queda na economia, pois diferentes fatores são considerados no cálculo, como a dinâmica da economia e o clima.
Está é a 37ª edição do horário de verão. A experiência foi adotada pela primeira vez em 1931, mas só veio a funcionar de forma continuada a partir de 1985. Na década passada, os estados do Norte e Nordeste ficaram de fora, com exceção da Bahia, que participou pela última vez no verão 2002-2003.
Segundo Vicente, a luminosidade natural é muito maior nessas regiões, e a economia de energia atingiria um percentual “bem pequeno”. Por isso, eles ficaram de fora. Mesmo assim, a rotina naqueles estados muda um pouco, por causa dos serviços bancários, casas lotéricas e outros serviços que funcionam em sintonia com o horário de Brasília.
522 MW na Região Sul
Na Região Sul, a economia deverá alcançar 522 MW, o correspondente ao triplo da carga de pico de Florianópolis (SC). Segundo o presidente do Grupo CEEE, Delson Luiz Martini, o horário de verão vem amenizar os efeitos de crescimento do consumo nos períodos de maior demanda ao longo do dia, através do desencontro do uso da energia elétrica pelos diferentes segmentos de consumidores.
Com isso, alivia o sistema elétrico brasileiro nesses momentos de pico. Martini ressalta que o Rio Grande do Sul economizará cerca de 46,5 MWh, o equivalente ao consumo anual do município de Capão da Canoa, que tem população de 36 mil habitantes.
A demanda máxima esperada pela CEEE para o próximo verão é de 4.865 MW, o que deve ocorrer entre os meses de fevereiro e abril de 2008, época em que os termômetros registram temperaturas superiores aos 35ºC, elevando o consumo de energia. O último recorde registrado pela Companhia no Estado ocorreu no dia 30 de março de 2007, às 14h30min, quando a temperatura era de 35ºC e a demanda atingiu 4.668 MW.
No Rio Grande do Sul, ao contrário do restante do país, a máxima demanda de energia – pico de consumo, tem sido registrada no horário da tarde – entre 14h e 16h, quando há uma coincidência de atividades, em conjunto com as cargas de refrigeração utilizadas por todos os segmentos de consumo, intensificadas nos dias mais quentes.