Falar da imigração alemã é recordar e celebrar momentos especiais de nossa região, de nossos antepassados e também a oportunidade de entender como transcorreu a formação de nossa história e de como essa colonização tem sua importância dentro do contexto do Estado e do País. E dentro dessa ótica toda está inserida a minha querida Campo Bom.
Local que moro desde que saí do hospital nos braços de meus pais e que vivo até hoje, e não tenho nenhuma pretensão de deixar. E é em Campo Bom que vários locais são especiais em minha trajetória e que levo cada um dentro de um espaço especial no coração.
Poderia detalhar todos aqui, mas resolvi falar do antigo Estádio dos Eucaliptos e atual Estádio Sady Arnildo Schmidt, o campo do 15. Tenho memórias desde a infância nesse lugar querido, mas por toda a história que o clube tem com a imigração foi o motivo pelo qual o escolhi.
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Impossível não se emocionar ao lembrar do tempo que as britas ocupavam o lugar do piso bruto, dos eucaliptos atrás das arquibancadas e da cabine de imprensa de madeira, onde iniciei meu gosto pelo jornalismo.
Foi nesse local que vivi grandes histórias do futebol acontecer e tive a grata surpresa de presenciar. Como torcedor, comemorei títulos na arquibancada e dentro de campo, olhei jogo de cima do muro, na copa, fui gandula e dei entrevista para rádio e TV como representante da torcida. Também chorei com derrotas inexplicáveis e perda de título que até hoje não entendo como aconteceu.
No Sady também atuei, sim, nas escolinhas do clube. Tudo começou na lateral direita e veio parar no gol, posição que tem o meu carinho e que no 15 foi defendida por Bilu, Márcio, Adriano, Luciano, Silvio, Fábio, Humberto, Gallas, Evandro e tantos outros. E mais recentemente, tive a oportunidade de atuar como jornalista na beira de campo e nas cabines.
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Algo que imaginava ainda como um pretenso jornalista e que me oportunizou contar inúmeras histórias e entrevistar lendas do passado, personagens do presente e futuros craques. Nesse contexto não tem como não lembrar de entrevistas com Bilu, Gallas, Grohe e Endrick, isso mesmo, o menino de ouro já desfilou seu talento no gramado do maior estádio do meu mundo.
Por tudo o que escrevi, fica claro o quanto o Sady Schmidt foi e é importante para mim. E que bom que sigo passando na frente da “nossa casa” quase todos os dias e, assim, tendo a oportunidade de relembrar esses momentos que são mágicos, assim como a história da imigração Alemão e do Clube 15 de Novembro, que também tem sua parcela nesses 200 anos, antes mesmo da fusão da Sociedade Concórdia e do Esporte Clube Independente.
Vida longa aos descendentes de alemães, ao Clube 15 de Novembro e as suas histórias junto de nossa comunidade.
*Por Cássios Diogo Schaab
Jornalista