Promotor, que enfrentou resistência da defesa, foi mantido no caso. Primeira audiência ocorre em setembro
O promotor Eugênio Paes Amorim foi oficialmente comunicado na tarde desta quarta-feira de que ele atuará no caso Ruschel. Amorim conta que houve uma resistência por parte da defesa, mas o juiz Ruy Rosado desconsiderou todas e o manteve no caso.
O escrivão Paulo Cesar Ruschel, 48 anos foi morto na madrugada de 22 de outubro do ano passado, atingido por três tiros de pistola 380 – dois na cabeça e um no tórax – no quarto da casa em que residia com a mãe e a companheira, no bairro Pátria Nova.
O promotor Amorim adiantou que a primeira audiência em que será ouvida a esposa de Ruschel, Adriana Guinthner, 36 anos, esta marcada para o dia 13 de setembro. Adriana chegou a ser presa semanas após o crime, sob a suspeita de ter participado do assassinato ou encoberto o assassino, mas foi liberada dias depois.
“Estarei retornando de férias e terei todas as condições de realizar um grande trabalho. Vou me basear em todas as informações que estão no processo, as quais demonstram de quem é a culpa pela morte do colega do Judiciário, um crime que chocou a população pela brutalidade e covardia com a qual ele foi atacado”, diz Amorim.
O promotor pensa que o caso deverá ser arrastado durante algum tempo, até que possa chegar ao Tribunal do Júri. “Acredito que a comunidade vai poder conferir todo o desdobramento desse fato somente lá por 2009, com um embate muito forte, mas que dará todas as respostas que a comunidade merece”, visualiza.
Caso Sanfelice
Amorim também falou com o portal novohamburgo.org sobre o empresário Luiz Henrique Sanfelice, que cumpre pena no Presídio de Novo Hamburgo após a condenação de 19 anos e seis meses pela morte da esposa, a jornalista Beatriz Helena de Oliveira Rodrigues, em junho 2004.
Eugênio Amorim disse que o caso está sob a responsabilidade de outro promotor, mas esclareceu que não foi dele o posicionamento contrário à soltura do réu, que pode deixar o presídio durante o dia para trabalhar, conforme prevê o regime semi-aberto. Porém, argumentou que o fato de Sanfelice trabalhar em outra cidade dificulta a aferição de qualquer tipo de pena imposta ao réu.
A informação mais recente que teria chegado a promotoria diz respeito ao fato de Sanfelice ter solicitado cela especial. Porém, uma estrutura de tal gabarito somente pode ser encontrada no Presídio Central em Porto Alegre. Novo Hamburgo tem apenas uma galeria com presos de bom comportamento, onde Sanfelice pode ter sido colocado.