O Instituto itt Nutrifor e a startup Núcleo Vitro trabalham na divulgação da temática da carne cultivada e no desenvolvimento da tecnologia
A carne cultivada está se tornando uma realidade promissora no cenário da produção de alimentos, apresentando-se como uma alternativa sustentável e ética para a indústria da carne. Por meio de avanços tecnológicos, o Instituto Tecnológico em Alimentos para Saúde da Unisinos – itt Nutrifor, em parceria com a startup Núcleo Vitro, está desenvolvendo uma tecnologia pioneira para a produção de carne cultivada no Brasil. Com o apoio da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do Estado do Rio Grande do Sul, por meio do edital Techfuturo, o projeto “Produção de carne cultivada brasileira” está buscando minimizar os impactos ambientais e o sofrimento animal associados à produção convencional de carne.
Produção Sustentável e Tecnologia Inovadora
Regulamentação e Mercado
Embora a carne cultivada ainda não esteja amplamente disponível no mercado, já obteve as primeiras aprovações nos Estados Unidos e em Singapura. No Brasil, ainda não há legislação específica sobre o tema, mas o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) está em processo de criação do Plano Nacional de Proteínas Alternativas (PNPA) para regulamentar essa nova forma de produção de carne. De acordo com a ONG The Good Food Institute (GFI), o agronegócio mundial já investiu cerca de US$ 1,9 bilhão no desenvolvimento da tecnologia desde 2016, evidenciando o potencial do mercado.
Difusão do Conhecimento e Desafios
Com o objetivo de informar o público em geral e a comunidade acadêmica sobre a carne cultivada, o itt Nutrifor está organizando uma série de eventos e diálogos sobre os principais desafios dessa ciência. Além disso, estão sendo conduzidos estudos nutricionais e pesquisas com consumidores gaúchos para compreender o perfil de consumo e interesse do público. A diretora científica da Núcleo Vitro, Bibiana Matte, ressalta a importância de acelerar o desenvolvimento da tecnologia para torná-la economicamente viável e atender à crescente demanda por produtos à base de carne cultivada.
Carne cultivada: por um consumo mais sustentável
– Menos nociva ao meio ambiente, a produção de carne cultivada minimiza a emissão de gases de efeito estufa, além de demandar menos recursos naturais como água e solo
– Sem a necessidade de abate, respeita o bem-estar animal
– Evita as doenças zoonóticas, como gripe suína e gripe aviária, visto que o processo envolve rígidos controles microbiológicos
– O sabor, a textura e as propriedades nutricionais são similares à carne convencional