A cápsula do tempo que estava guardada sob o monumento em homenagem à Força Expedicionária Brasileira (FEB) resistiu à força inexorável do tempo e das águas das enchentes de 1965, 1967 e 2024. O tubo de alumínio que armazenava cópia de documentos, exemplares de jornais, uma flâmula trazida da Itália pelos expedicionários da FEB e algumas moedas da época foi aberto nesta quarta-feira (17).
Estiveram presentes na abertura do invólucro o prefeito Ary Vanazzi, o secretário municipal de Cultura e Relações Internacionais (Secult), Marcel Frison, vice-presidente da Câmara de Vereadores, Ana Affonso, representantes das secretarias de Mobilidade e Serviços Urbanos (Semurb), Geral de Governo (SGG), e do Museu Histórico Visconde de São Leopoldo.
A atividade foi realizada na Praça Tiradentes, onde ficava o Obelisco, como parte do calendário municipal de celebração dos 200 anos da imigração alemã. A cápsula estava intacta, porém para preservar o seu conteúdo que se encontrava molhado pelas águas da enchente que atingiram São Leopoldo em maio, o Departamento do Patrimônio Histórico da Secult tentará abrir o cilindro de forma a não prejudicar os documentos e itens, após realizar a secagem.
Por enquanto, apenas as moedas foram retiradas, embora avariadas pela oxidação. De acordo com o secretário municipal de Cultura e Relações Internacionais, Marcel Frison, o material será encaminhado para recuperar o que for possível e encaminhado ao Museu Histórico Visconde de São Leopoldo.
A ação faz parte do “resgate de um momento importante dos nossos antepassados que resolveram registrar para o futuro em forma de um monumento, que tem um significado importante. Vamos restaurar o monumento e colocar num local mais apropriado para que as gerações futuras possam aprender com ele”, disse Frison. O monumento será transferido para o canteiro da avenida Theodomiro Porto da Fonseca, em frente ao 19º Batalhão de Infantaria Motorizada (BIMtz).
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Sobre o monumento ao expedicionário
O historiador e coordenador do Patrimônio Histórico e Cultural da Secult, Márcio Linck, diante de registros históricos da época, conta que, por idealização e liderança do então prefeito Carlos de Souza Moraes, foi feita uma grande campanha para erguer um monumento em homenagem aos expedicionários das Forças Armadas Brasileira, que combateram o fascismo na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial.
Houve um envolvimento da comunidade de São Leopoldo e cidades vizinhas para a sua construção. No dia 29 de abril de 1946, o comandante das forças que combateram na Itália durante a Segunda Guerra Mundial, João Batista Mascarenhas de Moraes, esteve em São Leopoldo para o lançamento da pedra fundamental. Já a inauguração ocorreu no dia 14 de julho daquele ano.
O monumento foi realizado também em homenagem ao Centenário do vilamento de São Leopoldo, que se efetivou em 1846. São Leopoldo foi elevada à categoria de Vila, que significou uma emancipação política, permitindo ter uma Câmara de Vereadores e orçamento próprio.
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Calendário do Bicentenário
A programação de atividades segue no mês de julho, tendo como ponto alto o dia 25, quando se celebra a chegada dos primeiros alemães em São Leopoldo. O que garantiu ao município o título de cidade “Berço da Colonização Alemã no Brasil”.
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