Nas festas Juninas que “pipocam” pelo Brasil nesta época do ano, sem dúvida as comidas típicas são uma das principais atrações. Canjica, munguzá, pé-de-moleque, pamonha e, na região Sul do país, pinhão e quentão, têm origem popular e carregam consigo um pouco da história do Brasil, da miscigenação das culturas indígena, africana e europeia.
Mas se percebe que os principais ingredientes adotados são o milho, o amendoim, o arroz, a abóbora e a mandioca. Segundo o historiador Rafael Gonçalves, a tradição de junho e julho tem essa origem europeia e foi transplantada para o Brasil pelos portugueses. Ele aponta então a relação do período com a colheita do milho, principalmente no Nordeste, que era o centro do Brasil Colonial.
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Contribuição dos povos originários
A tradição das comidas de milho, além da culinária colonial, também tem ligação com os povos originários da América, que ajudaram não só a popularizar o cultivo, mas também as formas de beneficiamento. Coaduna o fator econômico de o Brasil ser um dos maiores produtores de milho do mundo.

Essa abundância do grão se reflete na variedade de alimentos nos arraias. Receitas essas que, ao longo dos séculos, e dependendo da região do Brasil, foram ganhando novos ingredientes, outros nomes e diferentes maneiras de serem produzidas.
A celebração das festas juninas no Brasil é um reflexo da riqueza cultural do país. E a gastronomia típica desse período ajuda na consolidação da identidade multifacetada da cozinha junina brasileira. Segundo o Ministério do Turismo, os arraiais movimentam cerca de R$ 6 bilhões pelo país.
A origem do Quentão
A bebida tão indispensável quanto a fogueira não teve origen no Inverno gaúcho, mas, provavelmente, no interior de Minas Gerais e São Paulo. Aos poucos a população adicionava especiarias à cachaça para aquecer o corpo durante as festividades dos três santos de junho: Santo Antônio, São Pedro e São João.
Inclusive, o nome “quentão”, de acordo com Amadeu Amaral, folclorista e autor de “O dialeto caipira”, é de origem caipira. Já outros estudiosos da bebida ligam sua origem ao ciclo da cana-de-açúcar, ainda nos primeiros anos de colonização.
*informações da Agência Brasil