Nesta terça-feira (8), a Câmara de Vereadores de São Leopoldo deu início ao uso de Inteligência Artificial (IA) em apoio à produção legislativa, tornando-se o primeiro município do Brasil com mais de 200 mil habitantes a adotar a tecnologia.
Desenvolvida pela empresa Govsys, a ferramenta LegIA foi treinada com mais de 2,2 milhões de textos legislativos e auxiliará na elaboração de projetos de lei, pareceres, resumos explicativos e outros documentos. Integrada ao sistema Legis, a IA deve ampliar a transparência e a eficiência do processo legislativo para vereadores e população.
“É uma nova tecnologia que será inteiramente integrada ao Legis, que é o sistema que nós temos aqui, com resumos explicativos para que a comunidade também consiga entender o que acontece com cada projeto de lei”, afirmou a vereadora Iara Cardoso, presidente da Câmara Municipal.
A vereadora ainda completou, enfatizando a ferramenta como uma forma de apoio ao trabalho dos vereadores. “É um arcabouço que a Câmara vai ter, os 13 vereadores e seus gabinetes, para poder fazer um trabalho mais próximo possível da perfeição, jamais excluindo a visão, o trabalho do vereador, do mandato, mas pode ajudar muito”, garantiu.
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Demonstração ao vivo com criação de projeto de lei em tempo real utilizando Inteligência Artificial
Um dos momentos mais esperados da apresentação foi a demonstração ao vivo do funcionamento da LegIA, quando a presidente da Casa, vereadora Iara Cardoso, em tom de desafio, sugeriu a criação de um projeto de lei ao vivo, com base em uma demanda comunitária urgente: o combate aos furtos e à comercialização clandestina de celulares.
O sistema elaborou automaticamente o título, justificativa e a estrutura do projeto, destacando a relevância da medida para aumentar a segurança pública e reduzir o mercado de celulares furtados.
Segundo o CEO da Govsys, Bruno Thomasi, a IA facilita a criação de projetos de lei ao gerar uma base sólida de texto que pode ser facilmente ajustada pela assessoria legislativa. “O projeto o vereador vai concluir ali dentro do seu gabinete, é uma sugestão para não partir do zero”, afirmou. Ele ainda ressaltou que o sistema propõe um ponto de partida, mas que cabe ao vereador ajustar o projeto conforme suas necessidades e especificidades.
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