Câmara realiza audiência para avaliar a situação das famílias que vivem sob redes de alta tensão
A Câmara Municipal de Novo Hamburgo realiza audiência pública nesta segunda-feira, a partir das 19 horas, para debater a situação de risco das pessoas que moram sob redes de alta tensão no município. Cerca de 700 famílias se enquadram no problema em Novo Hamburgo, a cidade com mais casos na área de concessão da AES Sul.
A audiência em Novo Hamburgo foi proposta pela Comissão de Assuntos Municipais da Assembléia Legislativa com apoio da Comissão de Meio Ambiente da Câmara de Vereadores da Cidade.
Segundo o vereador Gilberto Koch (PT), presidente da comissão hamburguense, o risco é do rompimento de algum cabo ou da queda de uma torre. O parlamentar disse que as redes nos bairros Liberdade e Santo Afonso estão desativadas desde 1982. Há famílias sob a alta tensão também nos bairros Boa Saúde, São Jorge e Canudos.
A concessionária de energia elétrica já encaminhou notificações de despejo às famílias que residem nessas áreas, atendendo recomendação da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos.
Segundo o deputado Ronaldo Zülke (PT), que coordenou o Grupo de Trabalho da Comissão de Assuntos Municipais da Assembléia gaúcha sobre o tema, houve um acordo com a AES Sul em 2006 para que estas notificações fossem suspensas temporariamente, o que, no entanto, não estaria acontecendo. “Por esse motivo, a população está preocupada e exige que o Legislativo gaúcho acompanhe a situação e contribua para a busca de soluções”, diz.
Problema de décadas
Zülke lembra que muitas famílias estão há décadas nestes locais, antes mesmo da instalação das redes de alta tensão. Diz ainda que, além dos moradores, há empresas e loteamentos inteiros em áreas de risco.
O levantamento prévio do Grupo de Trabalho da Assembléia indicou a existência do problema em 33 municípios gaúchos. Segundo Zülke, o Ministério das Cidades pode ajudar as famílias, desde que haja a participação das prefeituras ao encaminhar os projetos.
Em relação ao Vale do Sinos, a coleta de informações sobre os atingidos está em atraso. “Nossa próxima audiência deverá ocorrer em meados de outubro. Esperamos que até lá os levantamentos estejam concluídos”, adianta Zülke.
Quanto a soluções, o deputado acredita que ela varia de região para região. Pode ser desviada a rede das moradias ou pode ser buscada uma indenização às famílias que constituíram suas moradias legalmente.