Proposta que tramita na Assembléia Legislativa prevê a construção de ciclovias nas rodovias estaduais
As rodovias estaduais do Rio Grande do Sul podem ganhar um novo meio de transporte em breve. A exemplo do que já existe na RS-239, no trecho de Sapiranga, a idéia é construir ciclovias e disciplinar o trânsito de bicicletas pelas estradas.
O deputado João Fischer (PP), com base eleitoral exatamente em Sapiranga, protocolou na Assembléia Legislativa o projeto que prevê a novidade, que deverá seguir a situação geográfica de cada região. Conforme ele, a idéia é reduzir os custos com transporte das pessoas que se deslocam de uma cidade a outra para trabalhar e de uma forma mais saudável.
“A bicicleta apresenta-se como uma alternativa de transporte extremamente econômica para o trabalhador, que hoje em dia e em muitos casos, não tem condições de pagar nem o transporte coletivo”, destaca Fischer.
Em alguns municípios gaúchos, como Igrejinha, Três Coroas, Estância Velha e Montenegro, que tem 25 mil bicicletas num universo de aproximadamente 60,5 mil habitantes, este meio de locomoção é um hábito que pode, no entanto, se tornar perigoso, muitas vezes até fatal, se não houver o mínimo de segurança.
Saúde
A professora de Educação Física, Daniela Costa, defende que o uso regular da bicicleta traz muitos benefícios à saúde. “O nosso corpo é feito para fazer atividade física e não para ficar parado”, diz Daniela, destacando que pedalar reduz o colesterol e a pressão arterial, ajuda a controlar o diabetes e diminui o risco de doenças coronarianas. Também contribui para a redução da obesidade e fortalece os músculos dos membros inferiores.
Entretanto, a professora alerta para os horários da prática em função do aquecimento global e os cuidados com o sol e recomenda a ingestão de água durante a prática. “Se não houver a mínima proteção, em duas horas a pessoa já poderá sentir os efeitos da desnutrição”.
Frota brasileira
A bicicleta foi eleita pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o símbolo de transporte sustentável do planeta, uma vez que a sociedade, o meio ambiente e a saúde humana entram em equilíbrio quando este modal se torna viável para a população e para o Estado.
Uma pesquisa encomendada pelo Ministério das Cidades aponta que a infra-estrutura para a circulação de bicicletas no País cresceu 680% em cinco anos. O Brasil possui a quinta maior frota mundial de veículos e conta com 2,4 mil quilômetros de ciclovias, enquanto que a Alemanha, apontada em quarto lugar, possui mais de 100 mil quilômetros.
Estima-se que 53% das bicicletas vendidas por aqui sejam usadas como meio de transporte do ciclista. De acordo com dados do Instituto Pedala Brasil (IPB), na região Centro-Oeste circulam 4,8 milhões, o equivalente a 8% do País. No Distrito Federal, especula-se um total de 1,5 milhão, sendo 500 mil para o transporte. O Nordeste e o Sudeste, entretanto, possuem a maior frota circulante por dia, em torno de 42 milhões.