Evento realizado no sábado reuniu jovens de outras regiões do estado e do país.
No último sábado, 04, a Batalha São Hell comemorou oito anos de atividade com um evento realizado no palco localizado nos fundos da Estação São Leopoldo. O movimento, que expressa a cultura das ruas com batalhas de rimas improvisadas e inclusão social, contou com o apoio da Prefeitura de São Leopoldo, por meio do Departamento de Juventudes da Secretaria Municipal de Direitos Humanos (Sedhu) e da Secretaria Municipal de Cultura e Relações Internacionais (Secult).
A programação começou às 18h30 com a gravação de um videoclipe com Marco Mot, artista musical leopoldense, e outros integrantes da batalha. A participação de nomes conhecidos do Hip-Hop gaúcho e paulista, como Nícolas Walter, de São Leopoldo, e Mc Tubarão, de São Paulo, enalteceu a cultura de rua a nível interestadual.
Além da gravação do videoclipe, o evento contou com diversas apresentações de batalhas de rimas, que agitaram o público presente. A iniciativa da Batalha São Hell visa a promoção da cultura de rua e da inclusão social, dando espaço e oportunidade para que jovens talentos possam se expressar e se destacar na cena artística.
O apoio da Prefeitura de São Leopoldo, por meio do Sedhu e da Secult, demonstra o reconhecimento da importância da cultura de rua para a cidade e a valorização do trabalho desenvolvido pela Batalha São Hell. O evento foi mais uma oportunidade de fortalecer a cena cultural local e de promover a inclusão social por meio da arte e da cultura.
Cultura e Direitos Humanos
Braian Gehlen, presidente do Conselho Municipal de Cultura e um dos fundadores e organizadores da Batalha São Hell, comenta que o movimento planeja intensificar o ativismo pró-direitos humanos por intermédio de uma manifestação cultural com responsabilidade educativa. “Está nos nossos planos fazer projeção de vídeos nos eventos, trazer pessoas de fora para abordar temas como justiça racial e construir lideranças políticas jovens que estejam interessadas em nos apoiar e propor uma política inclusiva e progressiva. Eu mesmo estou com 33 anos, mas tem gente de 14 anos que comparece nos eventos e queremos que todas essas projeções que fazemos sejam levadas para essas gerações mais novas”, comenta Braian.
Jefferson da Rosa, conhecido como Bandi, é morador de Porto Alegre e frequenta as batalhas de rima desde 2017, quando morava em Viamão. Inspirado em outros poetas de rua e MCs, como o próprio Nícolas Walter, compareceu na última edição da Batalha São Hell para seguir semeando a cultura Hip-Hop. “Eu me inspiro em poetas e MCs que mantêm essa cultura viva, como o próprio Nícolas Walter, mesmo não tendo tanto reconhecimento e apoio na sociedade. A cultura existe, vem ganhando mais espaço e nós vamos seguir semeando e festejando essa cultura que não deixaremos morrer. É mais do que resistência, é questão de proliferar”, enaltece Jefferson.
Júlia Langer, chefe do Departamento de Juventudes, comenta que o vínculo do poder público com o movimento foi fortalecido quando assumiu o cargo de liderança do departamento. “Em novembro de 2021 iniciamos a organização de um evento que aconteceria em fevereiro de 2022, que seria a segunda edição do evento OSHH (Ocupação São Hell de Hip Hop) e iria contemplar os quatro pilares do Hip-Hop – rap, break-dance, grafite e MC ‘s. O evento acabou sendo cancelado devido ao surto de Covid-19 naquela semana. Desde então nós seguimos em conexão e contato para materializarmos esse evento tão importante e emblemático em comemoração ao aniversário de oito anos da Batalha São Hell”, explica.
Foto: Divulgação/PMSL