Preocupação foi determinante para a manutenção da Selic em 11,25%, mas órgão garante que não haverá reajuste nos preços do gás de botijão e nem da gasolina em 2008
A ata da primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, realizada na semana passada, mostra uma preocupação do órgão com a escalada da inflação no país. Esse temor, segundo o documento, foi um dos principais determinantes para a manutenção da taxa de juros do país em 11,25% ao ano.
“O Copom avalia que, diante dos sinais de aquecimento da economia e da elevação das expectativas de inflação, elevaram-se os riscos para a concretização de um cenário inflacionário benigno”, diz o documento, divulgado nesta quinta-feira (31). “O ritmo de expansão da demanda doméstica, que deve continuar sendo sustentado, entre outros fatores, pelo impulso remanescente derivado da flexibilização da política monetária implementada até setembro de 2007, continua colocando riscos para a dinâmica inflacionária”, aponta.
O comitê afirma, no entanto, que está pronto para “adotar uma postura diferente, por meio do ajuste dos instrumentos de política monetária, caso venha a se consolidar um cenário de divergência entre a inflação projetada e a trajetória das metas”.
O órgão voltou a destacar a importância da manutenção das taxas de inflação consistentes com a meta estabelecida pelo governo “para a continuidade do processo de redução progressiva da percepção de risco macroeconômico que vem ocorrendo nos últimos anos”.
Na ata, o Copom avalia que o crescimento do crédito e a expansão da massa salarial devem continuar impulsionando a atividade econômica. O órgão afirma ainda que os cortes recentes na Selic deverão contribuir para o crescimento da economia.
Projeções
Com relação à inflação de 2008, o BC não projeta reajuste nos preços da gasolina nem do gás de botijão. Para as tarifas de eletricidade e telefonia fixa, o reajuste acumulado previsto é de 3,4% e 3,5%, respectivamente.
Segundo o BC, o conjunto de preços administrados deve acumular alta de 4,2% no ano, ante os 4,5% previstos no relatório de inflação de dezembro.