Numa rua não muito longa, nem muito curta, numa vila ou cidade, toda casa tem telhado de cores diferentes. Numa mora a Maria, noutra a Ângela e na outra Beatriz e em todas as casas as cores dos telhados são diferentes.
Entretanto, a vida destas mulheres tem muitas coisas em comum. Maria tem nove filhos, acorda cedo para preparar o café e vai para roça com o marido. Volta para casa, faz o almoço, lava a louça, arruma a casa e volta para roça. Ângela colhe flores para vender à beira da estrada com seus seis filhos. Cada um deles com balde de flores na mão esperando os turistas.
Ângela volta para casa, faz a janta, passa a roupa, senta na varanda e vai ler seu livro. Faz sua oração e recebe um beijo dos filhos e vai para sua cama dormir.
Beatriz mal sai de casa, pois com seus 12 filhos, com mais ou menos uma diferença de idade de um ano e quatro meses entre eles, ela mal respira. Sabendo que precisa acordar e colocar um sorriso no rosto para que seus filhos não percebam seu cansaço, Beatriz segue fazendo suas tarefas dia a dia.
Nestes quase 200 anos de Imigração Alemã, ainda temos muitos telhados em preto e branco, mulheres que vivem seus dias na esperança de pintar seus telhados de cores coloridas e leves, da cor de seus sonhos.