
Por don Arabí Rodrigues
Senhor do tempo e da vida, aqui estou, seu vassalo;
emoção de voz contida co’a inspiração no gargalo.
Mesmo recluso, propalo a alma do descampado.
-Quando os homens do passado, brindavam co’as duas mãos,
sabiam pedir perdão e dizer, muito obrigado…
Agora mais experiente, olhar atado à distância;
em silêncio, sigo em frente, sufocando minha ânsia.
Mas devido à circunstância, escuto a voz dos torenas,
qu’arrastaram as chilenas em nome da Liberdade;
madrinha da sociedade que quer, se livrar das “penas”.
Por estar contando tempo,“raiz quadrada de nove”,
sigo ainda o mesmo exemplo, que a benquerença promove.
Pra que a benção se renove, tenho que ser vigilante,
ser justo, perseverante, consciência bem arrumada,
porque sei, nesta jornada, sou apenas visitante.
Não tenho medo de errar, o medo é seguir errando;
quem não para pra pensar é o mesmo qu’estar voltando.
“Meu mundo”, fala escutando, a voz do Senhor dos mundos.
Quando me sinto injucundo, me valho do pensamento,
pra chegar ao firmamento e tudo muda, num segundo.
Depois, é só bem dizer, as benesses recebidas.
A gente enxerga, sem ver entre cores definidas;
a grandeza d’outras vidas, que se propagam no chão.
Nestes dias, meu Irmão d’encarar a humildade;
também faz a humanidade, repensar sobre o perdão.
Quem sou eu, pra dar lição, “se mal e mal, consigo ler”.
Mas enfim é o coração, que faz o sangue ferver.
Mas não posso me conter, à frente do calendário.
A musa, meu campanário; que me aplaude e que me assiste.
– “É o gaúcho canto triste” que hoje está de aniversário.
NH. casa do rio, abril, 14/21