Graças a recentes acontecimentos, o mundo pode estar entrando em uma nova fase de turbulência econômica, e a América Latina é o elo mais fraco da corrente, conforme indica um relatório britânico
A agência Economist Intelligence Unit (EIU) publicou nesta semana um relatório com possíveis cenários para a América Latina, caso a crise atual se aprofunde. Um trecho do relatório salienta: “A grande necessidade de financiamento (externo), motivado pela necessidade de rolar dívidas externas substanciais, permanece uma preocupação”.
“Em alguns países, o populismo e o nacionalismo são crescentes, e devem desacelerar o volume do investimento nos mercados afetados”, diz a análise, sem contudo citar países específicos.
Para a consultoria, um exemplo dos novos tempos de instabilidade foi a reação das principais bolsas de valores do mundo aos eventos da China e nos Estados Unidos.
Os dois motores econômicos do planeta têm desequilíbrios econômicos capazes de ameaçar a economia global. Nos Estados Unidos, a economia em desaceleração terá impacto, sobretudo na América Latina, dependente da economia americana.
Já uma crise na China, grande consumidora de diversas produtos primários, como soja e minério de ferro produzidos pelo Brasil, poderia rebaixar o preço internacional das matérias-primas e desferir um golpe às economias latino-americanas.
Mas a especialista em América Latina da consultoria, Justine Thody, disse que “não haverá uma crise nas proporções da asiática de 1997”.
“Quanto a isso, podemos ficar tranqüilos. Muitos dos desequilíbrios que existiam no passado não existem mais”, ela afirmou.