O mês de julho começa na próxima segunda-feira com expectativa de onda de frio, logicamente típica do inverno sulista. Segundo o instituto MetSul Meteorologia, uma massa de ar frio de origem polar, de trajetória continental, avançará pelo interior da América do Sul e derrubará a temperatura. Os especialistas tem referido que o “corredor polar se abrirá”. Ao menos este cenário traz consigo sol.
Mas a virada do mês será das temperaturas mais baixas na Região Sul do Brasil, com possibilidade de -0, em um sistema que subirá até Sudeste, Centro-oeste e Nordeste do Brasil (friagem com menos rigor). O frio rigoroso de inverno ocorrerá na sequência de semanas de temperatura acima a muito acima da média no Centro-Sul do Brasil com marcas excepcionalmente altas para esta época do ano.
Ainda conforme a MetSul, este calor atípico de junho teve como uma das causas – porém não a única – a chamada Oscilação Antártica (AAO). Esse fenômeno esteve negativa no começo do mês, coincidindo com os dias frios do início de junho, e depois deu um grande salto para valores positivos.
Previsão da oscilação antártica
A tendência agora é que a Oscilação Antártica sofra um acentuado declínio com valores negativos no fim de junho e no começo de julho. Essa é uma condição que, historicamente, favorece o ingresso de ar frio nas latitudes médias e, portanto, no Sul do Brasil.
O cinturão formado pela Oscilação segurou ar frio no Sul do continente, com temperatura excepcionalmente baixa, nas últimas semanas na Patagônia da Argentina e no Sul do Chile. Mas a partir do final de semana ele vai finalmente conseguir avançar até o Brasil com dias gelados neste final de junho e no começo de julho.
Em tão atenção, nos próximos 10 a 15 dias o cenário será mais favorável ao ingresso de ar polar, com formação de geada no Sul do Brasil. Alguns dias, como devem ser os deste fim de semana e o começo da segunda, tendem a ser gélidos.
Corredor polar se abre e ar gelado vai alcançar o Sul do Brasil em 5 dias. Imagem: METSUL
O que é a oscilação antártica
É uma das mais importantes variáveis de teleconexão que impacta as condições no Brasil e no Hemisfério Sul. Trata-se de um índice de variabilidade relacionado ao cinturão de vento e de baixas pressões ao redor da Antártida. Conforme o cinturão de vento se contrai ou se expande, muda o cenário de ingresso de ar frio avançando pela América do Sul.
A Oscilação Antártica tem duas fases. A positiva e a negativa. Na positiva, o cinturão de vento ao redor da Antártida se intensifica e se contrai em torno do Polo Sul. Já na fase negativa, o cinturão de vento enfraquece e se desloca para Norte, obviamente sem atingir a faixa equatorial.
*informações são da MetSul