Votação do pacotão, que deixa a governadora e seu vice em lados opostos, não ocorrerá mais nesta quarta
Nesta segunda-feira, foi anunciado o adiamento da votação do Plano de Recuperação do Estado, uma proposição da governadora Yeda Crusius para equilibrar as finanças e aumentar o poder de investimento do Rio Grande do Sul.
Criticada por prever o aumento de impostos, não só pela oposição como pelo próprio vice-governador, Paulo Feijó, a proposta deveria ser votada na próxima quarta. Porém, líderes dos partidos da base aliada convenceram o governo a conceder mais tempo para a negociação com a oposição.
Para evitar a rejeição do projeto na Assembléia Legislativa, o governo ainda não descartou a possibilidade de alterar os aumentos de tributos, previstos no ICMS, além do percentual de elevação do gás natural veicular (GNV) e do diesel. As negociações devem ser incrementadas durante esta semana.
Em lados opostos
O assunto “pacotão” deixou em lados opostos a governadora e seu vice. Em suas visitas ao interior do Estado para apresentar o plano de recuperação das finanças, Yeda Crusius vêm afirmando que o Rio Grande do Sul tem a pior situação fiscal do Brasil e a menor taxa de investimento, além de conviver com seguidos atrasos de salários do funcionalismo e a queda gradual da qualidade de vida e da competitividade econômica.
Sem a aprovação do pacote, Yeda diz que haverá um agravamento da crise a partir de 2008, aumento do déficit para R$ 1,3 bilhão no próximo ano, maior atraso de salários, queda dos serviços públicos, perda de investimentos por falta de investimento em infra-estrutura e queda da qualidade de vida.
Do outro lado, está o vice-governador Paulo Feijó. Em entrevista exclusiva ao portal novohamburgo.org, o vice-governador convocou a sociedade a se manifestar contra o aumento de impostos. Ele inclusive adiantou que toda a bancada de seu partido, o Democratas, votará contra a proposta.
“É tudo o que já se propôs em termos de aumento de impostos de uma vez só, juntando com todos os outros governos que passaram pelo Rio Grande. Temos que dizer um não!”, afirmou Feijó na oportunidade.