A música nativista permeia a cultura e o sentimento de ser gaúcho e novos talentos vão surgindo no Acampamentinho.
Os eventos culturais 20° Acampamento e o 8° Acampamentinho da Canção Nativa chegaram ao fim, mas deixaram uma importante mensagem de pertencimento à cultura gaúcha através da música. As tradições do Rio Grande do Sul foram valorizadas e mantidas vivas pelos participantes, demonstrando a importância de reconhecer as origens para buscar um futuro melhor.
O prefeito Luciano Orsi ressaltou a importância de incentivar a cultura e a história gaúcha, reconhecendo o trabalho que outras pessoas tiveram para estabelecer a identidade gaúcha. O Rodeio e as canções apresentadas no Acampamento representam a cultura do Rio Grande do Sul e reforçam a confiança e responsabilidade em mantê-la viva.
Quase 900 letras foram inscritas no festival, das quais 24 foram selecionadas e apresentadas nas categorias “geral” e “regional” do Acampamento, entre os dias 3 e 4 de março. No Acampamentinho, 12 crianças interpretaram canções, nas categorias “piá” e “piazito”. O secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Henrique Scholz, destacou que fortalecer a cultura gaúcha por meio da música é uma forma de valorizar o homem do campo e fazer com que ele permaneça em seu lugar. As composições apresentadas no festival mostraram uma evolução significativa nas poesias e músicas, permitindo que as pessoas conheçam a vida no campo sem precisar estar lá fisicamente.
O sucesso do evento reforça a importância da cultura gaúcha e a necessidade de mantê-la viva para as próximas gerações. A música é uma ferramenta poderosa para unir as pessoas e valorizar as tradições locais, e o Acampamento e o Acampamentinho da Canção Nativa são eventos que demonstram a força e a beleza da cultura gaúcha.
No Acampamentinho
Interpretando canções famosas, inclusive de edições anteriores dos festivais, as crianças e adolescentes que participaram do 8° Acampamentinho se destacaram nas performances das músicas tradicionalistas, com muita paixão pelo “ser gaúcho”. A relação das novas gerações com uma cultura centenária a fortalece, garantido o prosseguimento desta sensação de pertencimento.
Destaque para João Vittor e Valentina Corrêa, que venceram a edição deste ano nas categorias Piá e Piazito, respectivamente. João interpretou “Já Vem Clareando”, de Marcelo Oliveira e Sérgio Carvalho Pereira, e Valentina cantou “Estradeando”, de Diogo Barcelos e Lucas Ramos, músicas estas que já participaram de edições anteriores do Acampamento da Canção Nativa.
“O sentimento de cantar músicas que trazem detalhes sobre a vida gaúcha é inexplicável. Cada vez que subo no palco, tento aproveitar ao máximo a música e cada palavra do que ela fala. É incomparável. (O que é falado na música) é o que vivemos no dia-a-dia, a história dos antigos. É uma cultura muito linda”, comenta João Vittor.
De geração em geração
Outro participante que teve uma grata surpresa durante a realização do evento foi Henry Guilherme Ramos, de 16 anos, representando o CTG O Grito de Sepé, de Entre-Ijuís, do noroeste do Rio Grande do Sul. Ele cantou a música “Campanha”, canção vencedora do 19° Acampamento da Canção Nativa, de 2022. Intérprete da milonga, esteve entre os finalistas do 8° Acampamentinho, conheceu os autores da música que ele cantou e que, inclusive, assistiram a sua performance. Evair Gomez produziu a letra, enquanto a melodia ficou ao cargo de Juliano Gomes.
“Foi uma experiência única. Conhecer os compositores da música e entender as raízes que a criam gera uma ligação maior com a obra. Me sinto muito feliz por essa oportunidade”, comenta Henry, que já participou de outros eventos nativistas anteriormente.
O jovem já possui mais de uma década da sua vida dedicada a cultura gaúcha, participando de eventos através do CTG da sua cidade natal. “Eles me levavam para os festivais de danças artísticas. Foi em uma dessas oportunidades que me inscrevi para ser o solista vocal, onde participei do meu primeiro festival”.
Tudo isso começou devido ao primeiro contato que ele teve com a música e dança tradicionalistas, das quais Henry afirma que “se apaixonou na hora”. “Desde muito novo eu tenho essa conexão (com a cultura da música gaúcha). A maneira como as pessoas se comportavam e dançavam (quando tocava uma música tradicionalista) gerou uma conexão com o meu coração”.
Foto: Divulgação/PMCB