No programa Estação Hamburgo, mulheres líderes compartilharam experiências marcantes de superação, união e protagonismo feminino, abordando desde o impacto das enchentes até projetos sociais e o fortalecimento da cultura gaúcha.
No ar em 30 de julho de 2025, o programa Estação Hamburgo reuniu três vozes inspiradoras do Vale do Sinos: Cla Weber, Carla Magalhães e Doriane Scheeffer, a Dori. Conduzidas pelo apresentador Rodrigo Steffen, elas falaram sobre empreendedorismo feminino, superação pessoal, empatia, sororidade e os desafios enfrentados pelas mulheres no mercado e na vida. O diálogo, gravado nos estúdios da Vale TV, celebrou a força da cultura gaúcha e a importância do acolhimento em momentos de crise.
O poder das conexões femininas
A “mesa redonda” teve como destaque três mulheres de trajetórias distintas, mas que compartilham o mesmo propósito: transformar realidades através do trabalho, da empatia e da cultura. Cla Weber é mentora da “Comunidade das Águias”, uma rede que une mulheres líderes e empreendedoras em busca de apoio mútuo e crescimento pessoal. Carla Magalhães atua como facilitadora de vida e terapeuta, enquanto Dori Scheeffer, à frente da tradicional Casa Iris, leva a cultura gaúcha por meio da moda e lidera o projeto Sindi Mulher, que busca empoderar e desenvolver mulheres empreendedoras.
Para Cla, a maior dor relatada pelas mulheres ainda é a falta de apoio — inclusive entre elas. “Conduzir negócios, famílias e relacionamentos é algo que me desafia. Mas quando mulheres se apoiam, acontece uma verdadeira revolução”, afirmou.
Quando a dor ensina e transforma
O programa também foi espaço para relatos emocionantes. Dori compartilhou sua trajetória como mãe atípica — com uma filha que nasceu surda — e revelou como a maternidade moldou sua visão de mundo e sua atuação na Casa Iris, empresa familiar que veste com orgulho a cultura gaúcha. Ela também enfrentou um câncer em estágio avançado e, durante a quimioterapia, desenhava vestidos de prenda como forma de manter o foco na vida.
“Eu passava os dias de tratamento desenhando. Era uma forma de enganar o cérebro e seguir acreditando na cura. Hoje, transformo essa dor em força para apoiar outras mulheres”, contou.
Solidariedade diante das tragédias
O grupo também refletiu sobre o impacto das enchentes que devastaram o Vale do Sinos no último ano. Carla, moradora da Zona Norte de São Leopoldo, abrigou vizinhos que perderam tudo, e emocionou-se ao relembrar a união que se formou entre os moradores. “Ali ninguém perguntava se era de um partido, de um time ou de uma religião. Apenas ajudavam”, disse.
Dori complementou: “O mundo inteiro sangrou com o Rio Grande do Sul. Empresas da Europa mandaram containers com doações. Foi comovente ver tanta gente mobilizada.”
Vestir a tradição com orgulho e respeito
Com a proximidade da Semana Farroupilha, Dori também destacou o papel dos CTGs na educação e na formação cultural das crianças e jovens. Para ela, vestir uma prenda é muito mais do que usar um traje típico — é assumir uma identidade e uma história.
A Casa Iris, além de criar roupas para todas as idades, está iniciando projetos sociais com oficinas de costura para mães em situação de vulnerabilidade. A ideia é oferecer autonomia financeira e autoestima a essas mulheres. “Um lar estruturado começa por uma mãe empoderada”, resume.
Mentoria Águia: o voo coletivo do feminino
Cla Weber detalhou sua atuação na Mentoria Águia, onde desenvolve encontros, imersões e mentorias voltadas para mulheres líderes ou não. O projeto nasceu a partir da própria dor da fundadora, que superou a rejeição materna com o apoio de um pai amoroso e forte. “Eu sou filha de um homem e mãe de um homem. Nunca comprei essa ideia de que todos os homens não prestam. Acredito em pessoas boas”, reforçou.
Ela também destacou que o segredo do sucesso está em cuidar primeiro do CPF antes do CNPJ. “Uma mulher curada emocionalmente ergue outras mulheres junto com ela. E não importa o número de seguidores ou a conta bancária — importa o coração.”
Cultura, tradição e futuro
Além de empreendedorismo, o programa trouxe reflexões sobre a importância da tradição em um mundo digital. Carla reforçou que cultura e espiritualidade caminham juntas na formação de indivíduos mais conscientes e empáticos. “Precisamos tratar nossas emoções com leveza. A vida não precisa ser tão difícil. É preciso parar de competir e começar a se reconhecer”, disse.
Dori ressaltou a presença feminina crescente no agro e no tradicionalismo. “Cada vez mais mulheres lideram cavalgadas e atividades que antes eram exclusivas dos homens. Isso precisa ser celebrado”, destacou.
Uma rede de mulheres líderes que acolhe e inspira
As convidadas deixaram um convite para que mais mulheres se unam a essas iniciativas. Cla concluiu incentivando as mulheres a se aceitarem como são: “Aceitem os próprios defeitos, saibam o seu valor. E voem, voem alto, como as águias.”
Clique na imagem abaixo para assistir ao vídeo no YouTube:
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Debate realizado no dia 30 de julho de 2025 no programa Estação Hamburgo, apresentado por Rodrigo Steffen.