Pois chegou a vez de escrever para os veteranos, para a velha guarda, para os nascidos nos meados dos anos 70, ou antes disso. E depois de ler, por favor, mostre e comente com os jovens que te cercam. Combinado?
Estamos carecas de saber (alguns literalmente) de todos os avanços tecnológicos que vivemos dia após dia, diria que hora após hora. Tudo muda muito rapidamente e não podemos reclamar ou nos opor a isso. É o avanço da humanidade. Porém, a provocação que te faço é a escrita no título acima: não se torne refém dos mais jovens.
Nos últimos anos passamos a ter recursos que jamais sonhávamos, mesmo que tivéssemos vivido na geração que viu surgir o vídeo cassete, o CD, o Walk Man e similares. Os avanços vieram com rapidez e nossas vidas foram se modificando drasticamente. Hoje, temos o Netflix, a Globoplay, o Pix, os bancos nos smartphones, os acessos do gov. br, as músicas do Spotify, as compras virtuais em Shopee e Shein. Você pode descobrir músicas no Shazan, fazer reuniões no zoom ou controlar suas caminhadas através do Map My Run. Pode acessar a Claro TV no seu telefone, ver jogos do Brasileirão no Premiere ou marcar consultas médicas através de aplicativos. Ufa, cansei apenas de listar algumas facilidades de hoje em dia. E poderia ampliar essas opções. Para escrever essa crônica, por exemplo, no word eu consigo saber o número de carctéres já redigidas, após um simples clicar.
Bom, tantas facilidades e te pergunto: usas muitas delas, não? Agora, a pergunta chave: usas ou sabes acessar? Tens o domínio de tuas senhas, dos caminhos para chegar onde precisa, nessa miscelância de novidades? Ou optas pelo caminho de pedir para alguém ligar o Netflix e colocar em tal filme? E não falo somente para a galera aposentada: hoje em dia, 50, 60 anos de idade significa vida ativa profissional. Para esses eu faço a mesma pergunta: te utiliza dos recursos ou sabes acessar, para aí utilizar.
A minha dica: não te torne refém dos outros. Em casa ou no trabalho, busque aprender. Saiba se virar sozinho, diante de tantas possibilidades. Aos jovens, outra dica: ensine. Sim é trabalhoso, perde-se tempo, mas, estarás fazendo outra pessoa sentir-se viva, útil. Não acesse o gov.br e faça tudo por quem não sabe. O “falso inútil” que na verdade sabe muitas coisas da vida precisa de um suporte tecnológico, nada além disso e, reflitamos, muito natural que assim o seja.
Ao pedir, uma, duas, dez vezes e nunca aprender (sim, precisa existir vontade do veterano também: é uma via de duas mãos) o “pedinte” começará a silenciar de vergonha e o passo seguinte pode ser a depressão, que tanto mata hoje em dia, por sentir-se excluído da sociedade atual.
Veteranos: queiram aprender. Jovens: queiram ensinar.
A sociedade agradecerá.