Bento XVI foi recebido por cerca de um milhão de fiéis para a missa de canonização de Frei Galvão
Uma multidão de aproximadamente um milhão de fiéis recebeu o papa Bento XVI no Campo de Marte, para a missa de canonização de Frei Galvão, na manhã desta sexta-feira. O Santo Padre chegou de Papamóvel, acompanhado pelo arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, e pelo seu secretário pessoal, George Gänswen.
O cardeal português José Saraiva Martins fez a leitura da petição de canonização de Frei Galvão ao Santo Padre, defendendo a inclusão do beato na lista dos santos da Igreja. Ele o definiu como um verdadeiro filho do Brasil e fez um breve relato de sua biografia. Também exaltou a intensa vida interior e dedicação à Igreja que marcou toda a sua vida, até a morte em 1822.
Leia mais: Lula quer maior envolvimento da igreja
Leia mais: Fé não é ideologia política, diz Bento XVI
Leia mais: Bento XVI vai a Aparecida
Leia mais: Quinta-feira de fé e devoção
Clique e leia os discursos do Papa (em PDF)
Leia mais: Quarenta minutos com o presidente Lula
Leia mais: Papa reforça catolicismo no Brasil
Leia mais: Agenda oficial do Papa no Brasil
O cardeal-arcebispo Dom Odilo Scherer destacou a história de fé e caridade do primeiro santo brasileiro. “O Frei Galvão marcou a fé dos brasileiros com incansável testemunho de fé, caridade e dedicação missionária, com a vida guiada pelo Evangelho”, disse.
O papa Bento XVI anunciou Frei Galvão como Santo Antônio de Sant’Anna Galvão. O Sumo Pontífice, ao declamar a fórmula de canonização, estabeleceu que o primeiro santo brasileiro deverá ser honrado entre todos os santos em toda a Igreja.
Em seguida, recebeu de sacerdotes um pedaço de osso de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, que será utilizado como relíquia do religioso. Outros objetos também foram entregues a Bento XVI, como o cálice que Frei Galvão utilizava para consagrar o vinho em sangue de Cristo.
Presente na canonização, o menino Enzo, de 8 anos, foi alvo de grande atenção. Acompanhado da mãe, a miraculada Sandra Grossi de Almeida, ele recebeu das mãos de Bento XVI o Corpo de Cristo durante a missa. Sandra tinha o útero bipartido e, por intercessão de Frei Galvão, teria conseguido dar à luz a Enzo. Esse milagre foi um dos que contribuíram para que o religioso fosse anunciado como santo.
Quem foi Frei Galvão

Frei Galvão (no detalhe) nasceu em Guaratinguetá, no interior paulista, em 1739, e pretendia entrar na Companhia de Jesus, mas, devido à perseguição política aos jesuítas, entrou para a Ordem de São Francisco de Assis.
Em texto assinado, o ex-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Geraldo Agnelo, diz que frei Galvão foi ordenado sacerdote em 1762 no Convento de São Francisco, no município de São Paulo.
Anos depois, fundou o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Luz da Divina Providência, hoje conhecido como Mosteiro da Luz, também na cidade. Em 1780, ele foi condenado ao exílio por ter protestado contra a morte de um soldado, mas sua sentença foi revogada já em razão de sua popularidade.
No fim da vida, frei Galvão passou a morar nas dependências do convento, por não conseguir mais se locomover. Segundo o arcebispo de São Paulo dom Odilo Scherer, frei Galvão era venerado ainda em vida devido sua dedicação à evangelização, às missões populares e à caridade, sobretudo a pobres, doentes e pessoas aflitas.
Fonte: Agência Brasil e visitadopapa.org.br