Manifestação ocorre no momento em que o Kremlin endurece a repressão contra a oposição e no mesmo dia em que vários líderes opositores tiveram de prestar depoimento à polícia.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Milhares de russos saíram às ruas de Moscou nesta terça-feira, um feriado nacional, no primeiro grande protesto contra o presidente Vladimir Putin desde sua posse, em maio.
A manifestação ocorre no momento em que o Kremlin (uma fortaleza situada no centro da cidade e que serve de sede do governo da Rússia) endurece a repressão contra a oposição e no mesmo dia em que vários líderes opositores tiveram de prestar depoimento à polícia. Os manifestantes lotaram o centro da cidade gritando “A Rússia será livre” e dizendo que não serão intimidados pelo Kremlin.
Na semana passada, o presidente assinou uma lei que aumenta as multas por violações à ordem pública em manifestações de rua, e na segunda-feira a polícia fez buscas nas casas de cerca de dez líderes opositores, convocando-os a depor no mesmo dia do protesto, numa aparente tentativa de enfraquecer as manifestações.
Alguns deles, porém, ignoraram a intimação, como Sergei Udaltsov, que liderou um grupo que marchava com bandeiras vermelhas e gritava “Putin na prisão” e “Todo poder ao povo.” Em pronunciamento para a multidão, ele exigiu eleições parlamentares e presidenciais antecipadas. Segundo o presidente “Tudo aquilo que fragiliza e divide a sociedade é inaceitável para nós. Qualquer decisão ou medida que leve a distúrbios sociais e econômicos é inaceitável”.
Outros dos intimados, como o blogueiro Alexei Navalny e a apresentadora de TV Kseniya Sobchak prestaram depoimento e não foram ao protesto, que reuniu cerca de 100 mil manifestantes de acordo com os organizadores e cerca de 20 mil de acordo com a polícia. Policiais com capacetes montaram barreiras de metal ao longo do percurso.
Enquanto o protesto acontecia nas ruas, o presidente participava de uma cerimônia oficial em comemoração ao feriado nacional russo. Durante a recepção, ele disse que os distúrbios sociais e econômicos são inaceitáveis e provocam a divisão do país.
Informações de IG
FOTO: reprodução / AFP